Lembrei-me deste filme há uns dias, quando andava a tentar decidir se ia a um evento poly em Inglaterra. Decidi que não. A principal razão foi económica, mas houve outras condicionantes. Para além de actividades auto-organizadas, o evento contará com a intervenção de duas personalidades: Deborah Anapol, autora de um dos mais famosos livros sobre poliamor, e um senhor que não conheço, mas cujo currículo repete as palavras sagrado, magia e tantra. Temas sobre os quais a primeira convidada também já escreveu e falou bastante.
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
As cascas de banana do poliamor
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Falemos do que não vem nos livros de História, nem nos tratados de Antropologia ou Sociologia.
Tive um fim-de-semana doce e surpreendente, porque sim, conheci alguém e basicamente entrámos em reclusão voluntária, confidências erráticas e compulsivas, além do habitual esquecimento do que sejam horários, fome ou sono.
No meio de toda esta verborreia falámos de tudo o que não vem nos livros de História. Por exemplo, contei-lhe que o que eu me lembro do 25 de Abril são murais pintados, são soldados barbudos a gingar por Lisboa em fardas muito amarrotadas, e uma despensa a abarrotar de conservas (pelos vistos muita gente resolveu açambarcar o supermercado). Ela contou-me que o que se lembra dos dias após a queda do muro de Berlim são cascas de banana. Sim, cascas de banana. Pelos vistos havia uma procura enorme por bananas por pessoas que vinham de todos os Ostländer de comboio a Berlim de propósito comprar bananas (E tampões também, pelos vistos). E que os comerciantes obviamente exploraram isso, e que a situação atingiu extremos de haver contentores de lixo a abarrotar só de cascas de banana.
sábado, 25 de setembro de 2010
Tema de poliamor: Medo (2nd round)
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Primeiro dá um nome ao teu medo. Não comeces nada sem isto feito. Dá o nome, não leias mais nada.
Era uma vez uma jovem de longos cabelos que foi servir a deusa da sabedoria e da estratégia. Dentro do templo, a sua virgindade profanada pelo deus marítimo valeu-lhe devastadora perdição até hoje conhecida. Não se sabe ao certo os moldes desta sedução (voluntária ou não, que nos mitos gregos quase sempre é forçada). Medusa, "a guardiã", é esta rapariga: de longa cabeleira, tanto quanto se sabe "bela", sucumbindo de alguma forma ao deus emocional das tempestades marítimas. Então, a virgem que é guardada e protegida e que se chama Athena transformou a má guardiã neste monstro horrendo de longas víboras encerrando-lhe o rosto, tornando-se a beleza inicial numa fealdade tal, que todos quantos a olhavam se volviam em pedra. Como se sabe, Medusa acabou por ter a sua cabeça cortada pelo jovem Teseu, o qual usou para a vitória o escudo de Athena (a razão), as sandálias de Hermes (a leveza) e o elmo de Hades (a invisibilidade).
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Best of...
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Para informação geral, e para recordar o que já por aqui foi escrito, gostava de homenagear xs colegas de blog. E, para isso, recolhi os posts que foram mais acedidos individualmente, aqui no PolyPortugal! Para quem chegou recentemente, vai poder tomar contacto com alguns dos escritos mais famosos que aqui passaram... quem já conhece, vai poder reencontrar textos interessantes, emocionais, pessoais... e plurais. :)
- "She's in parties": Sex parties e suas regras...
- Woodstock já chegou aos 40
- "Agora sim... aparecem gajas boas!!"
- Até na FHM…
- censura na tvi
- Castelos de cartão
- Desse lugar de medo…
- Reminiscências
- amorverdadeiro.com.pt
- Família procura casa (ou «O Esquema»).
Dados recolhidos pelo Google Analytics, entre 24 Agosto 2009 - 9 de Maio de 2010 e 14 de Julho de 2010 a 17 de Setembro de 2010. Sim, tivemos um pequeno soluço que passou despercebido quando trocámos de layout.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Stereo a três
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Nas últimas semanas, uma música tem-me vindo à cabeça recorrentemente.
Os Stereo Total são uma banda de Berlim multinacional e poliglota. O meu divertido brainworm tem um original em alemão, com o título Liebe zu Dritt, e outras versões (da mesma banda) em francês (L'amour à trois) e inglês (Love with the 3 of Us). Deixo aqui as três e espero que fiquem tão contagiados como eu. As letras estão no site da banda.
Os Stereo Total são uma banda de Berlim multinacional e poliglota. O meu divertido brainworm tem um original em alemão, com o título Liebe zu Dritt, e outras versões (da mesma banda) em francês (L'amour à trois) e inglês (Love with the 3 of Us). Deixo aqui as três e espero que fiquem tão contagiados como eu. As letras estão no site da banda.
domingo, 19 de setembro de 2010
Picnic Poly
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Juntem-se a nós no que será possivelmente o último picnic Poly deste Verão.
No próximo Domingo, 26 de Setembro de 2010, às 12h30.
Jardins Gulbenkian, nas mesas de picnic junto ao lago.
Mapa: http://tiny.cc/polypicnic_26_09_2010
Metro: São Sebastião (linha azul) ou Campo Pequeno (linha amarela)
Jardins Gulbenkian, nas mesas de picnic junto ao lago.
Mapa: http://tiny.cc/polypicnic_26_09_2010
Metro: São Sebastião (linha azul) ou Campo Pequeno (linha amarela)
Foto: Rupigo
sábado, 18 de setembro de 2010
Teoria da manipulação afectiva (2)
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Continuação do post Teoria da manipulação afectiva (1)
As Técnicas
Na manipulação nos relacionamentos afectivos, por um lado, temos os reforços positivos, como o charme, a sedução, o elogio, a simpatia, que quer sejam 'sentidos' e profundos ou falseados e superficiais conduzem ao desarme das defesas e à permeabilidade, ganhando assim confiança, especialmente se a vítima for: facilmente impressionável, narcisista, impulsiva, carente, dependente ou frugal.
Os reforços negativos, que estão normalmente associadas a tipos de chantagem, incluem:
- Processos manipulativos mais básicos e agressivos: como o castigar, gritar, insultar, intimidar, ameaçar; ou passivos: como o choro, queixume, apelo aos instintos parentais (paternais, maternais, como se queira).
- A criação de sentimentos de culpa que podem ser usados depois como moeda de troca, ou seja, a 'absolvição' da culpa tem como pagamento a satisfação da vontade do elemento manipulador.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Amizades
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Intimidade. A amizade tem que ver com intimidade. A amizade tem que ver com amor. A palavra está lá, um bocadinho escondida... mas está.
Ouço dizer, à boca cheia, que as amizades têm que ser protegidas (do sexo, entenda-se). E que só assim é que se salvam as amizades. De contrário, as pessoas confundem tudo. Mas porquê? A confusão vem de se ultrapassar essa barreira arbitrária? Ou de pormos em jogo, por questionar, pressupostos sobre o bom sexo e o mau sexo? O bom carinho e o mau carinho?
Não pode um (ou dez) orgasmo(s) ser(em) (apenas????) uma demonstração de carinho? Quem traça a linha do sexo?
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Duas mulheres-maravilha
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Para quem acha que o poliamor é uma modernice inventada na ressaca dos anos sessenta, ou um delírio de juventude que passa quando as pessoas ficam crescidas, aqui vai um pedaço de trivia.
Em Dezembro de 1941 surgiu pela primeira vez uma personagem que ainda hoje habita a mente de muitos amantes da banda desenhada: a Wonder Woman. Foi uma das primeiras heroínas de comics, e a que mais sucesso teve num mundo de super-homens. Um ano depois, já tinha direito a uma edição só para ela.
O autor desta proeza foi William Moulton Marston, psicólogo e inventor do polígrafo, que uniu as características das suas duas mulheres para criar uma mulher-maravilha. A Elizabeth Holloway Marston, com quem tinha casado, foi buscar a coragem, emancipação e sentido de justiça. A Olive Byrne, com quem passaram a viver, foi buscar os traços físicos: cabelo negro ondulado e olhos azuis. Também as pulseiras metálicas que afastam as balas foram inspiradas pelas que Olive usava, uma em cada pulso. A Wonder Woman lutava não só contra o crime, mas também contra o preconceito, o racismo e o sexismo.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
A invenção da mentira
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Sempre que sou radicalmente honesto, os outros tornam-se eles próprios radicalmente honestos. […] De facto, todas as minhas relações conseguem aguentar uma dose de verdade muito maior do que aquilo que eu esperava.
A. J. Jacobs, "I Think You're Fat", Esquire, Jul 2007,
republicado no livro My Life as an Experiment
republicado no livro My Life as an Experiment
E se, num mundo paralelo semelhante ao nosso, toda a gente soubesse apenas dizer a verdade?
É esta a premissa do filme The Invention of Lying, de e com o fabuloso Ricky Gervais, que não tem data de estreia prevista para Portugal, e que vi em versão pirata numa destas noites.
É esta a premissa do filme The Invention of Lying, de e com o fabuloso Ricky Gervais, que não tem data de estreia prevista para Portugal, e que vi em versão pirata numa destas noites.
sábado, 11 de setembro de 2010
Teoria da manipulação afectiva (1)
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Antes de mais, todos nós, de uma maneira ou de outra já tentámos manipular. A um nível suave, a manipulação é omnipresente aos relacionamentos afectivos. No entanto, ela significa uma desigualdade podendo levar à subjugação e opressão, à sensação de sufoco, e à perda de auto-estima.
É preciso compreender como se manipula para que eficazmente sejamos capazes de reconhecer e evitar a manipulação qualquer que seja o lado em que nos colocamos.
Numa relação afectiva, o elemento manipulador é aquele que assegura a satisfação das suas vontades e dos seus interesses em detrimento dos do(s) outro(s) com quem se relaciona. Propositadamente ou por não os tomar em consideração, trata-se de um 'atalho' para atingir um fim. Distingue-se da influência, sendo esta um processo de persuasão bona fide.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Na corda bamba
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Aproveitei uma viagem a Espanha para comprar o livro do tal filme de que falei há umas semanas. Como seria de esperar, há lá muitas coisas explicadas que tinham ficado por dizer. Continuo a achar que a atmosfera geral de desgraça é excessiva, apesar de ser uma história triste. O que fica claro é que aquela relação só funcionava a três, e sem um deles estava condenada. Mas antes disso houve doses massivas de alegria e felicidade. Curiosamente, a principal razão para a separação tem mais a ver com a arte, do que com o sexo ou o
amor. Deste último ninguém tem dúvidas:
"Amava-os como não voltei a amar ninguém em toda a vida. Eles amavam-me assim, eu sabia-o, e no entanto tínhamos os dias contados. Numa altura ou noutra, a corda bamba onde ensaiávamos piruetas mais difíceis ainda se esticava de repente, e um de nós perdia o equilíbrio. Então caíamos os três no chão, e magoávamo-nos, e cada vez nos custava mais recompor os ossos partidos."
sábado, 4 de setembro de 2010
Ser Punalua
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Aqui há uns meses, largos meses já, uma das contribuidoras deste blog, a antidote, sugeriu que falássemos sobre os nossos amores-cunhados, ou, usando o termo que prefiro, punaluas. Não o fiz na altura, mas estou sempre a tempo, não é?
Eu vivo alegremente uma relação punalual, como costumo dizer, faz exactamente hoje 10 meses (e aproveito para dar os parabéns ao feliz casal!). E digo que vivo alegremente esta relação, porque é uma relação que me traz de facto muita alegria, compersion, e uma profunda sensação de cumplicidade. Tenho a indiscutível sorte de ser muito parecid@ com el@: partilhamos gostos, interesses e referências, identificamo-nos em tantos pontos que isso já se tornou piada entre nós os três. E isso ajuda, ajuda muito a lidar com uma situação em que podem sempre surgir inseguranças. Sim, porque isto não é perfeito, claro que não: qualquer um de nós pode ter, e já teve, momentos complicados. Como é que se lida com isso? Comunicação faz magia. E, no meu caso pessoal, lembrar-me do quanto gosto destas duas pessoas tão parecidas comigo. Lembrar-me que el@ é, de facto, a pessoa a quem escolhi chamar punalua.
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Mutatis mutandis...
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"Eu reclamo a independência da mulher, o seu direito a sustentar-se a si mesma; a viver sozinha; a amar quem quiser, e quantos quiser. Eu reclamo liberdade para ambos os sexos, liberdade de acção, liberdade no amor e liberdade na maternidade” - Emma Goldman, 1930
E agora, mais de oitenta anos depois, uma mulher ainda é mal vista e insultada - por outras mulheres! - por gostar de fazer sexo, ou por se apaixonar, com/por mais de uma pessoa.
E a monogamia ainda é Lei.
E ainda há pessoas que querem casar.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Prefiro saber
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O que me faz sempre mais confusão é aquela ideia do “prefiro não saber”. Consigo entender que não se queira saber detalhes específicos de tragédias alheias e distantes, acerca das quais achamos que não conseguimos fazer nada. Mas acho bastante estranho que se prefira não saber o que acontece na vida de um filho ou de um amante.
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