terça-feira, 14 de setembro de 2010

A invenção da mentira

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Sempre que sou radicalmente honesto, os outros tornam-se eles próprios radicalmente honestos. […] De facto, todas as minhas relações conseguem aguentar uma dose de verdade muito maior do que aquilo que eu esperava.


E se, num mundo paralelo semelhante ao nosso, toda a gente soubesse apenas dizer a verdade?
É esta a premissa do filme The Invention of Lying, de e com o fabuloso Ricky Gervais, que não tem data de estreia prevista para Portugal, e que vi em versão pirata numa destas noites.

A trama principal da história começa quando um homem inventa, sem saber bem como, a mentira. Mal toma consciência disso, apercebe-se de que é dono de um poder que mais ninguém tem.

No início, levanta dinheiro que não lhe pertence, e vende falsos documentos "antigos" para fazer História de uma história sua. Depois, junto à mãe moribunda e angustiada, acaba por inventar uma «vida depois da morte», que a faz morrer em paz.

E onde põe este homem um travão ao seu enorme poder? Quando gosta de outra pessoa ao ponto de ter de lhe dizer toda a verdade. Porquê? Porque mentir para fazer com que ela goste dele «não contaria», explica ele (mas em inglês, que não tem este tempo verbal pomposo…).

Não sei ainda se a Honestidade Radical é um bem maior que deveríamos perseguir na vida. Mas tenho a convicção, desde sempre, que é a melhor via numa relação íntima e profunda.

Recomendo o filme, claro. Não liguem às críticas que o classificam, implícita ou explicitamente, de obra menor.

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