sábado, 28 de janeiro de 2012

Vem que o amor...

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Esta música tem o condão de curar dores-poly para mim.

Quando uma insegurança desponta, quando um medo sem nome salta no escuro, quando algo não corre como esperado, quando há saudades e não há possibilidades de as matar, quando há vontade de estar e a vida não permite. Quando nem sabemos porque estamos tristes e só queríamos um abraço dxs nossxs companheirxs, ou uma conversa compreensiva. Quando nos perguntamos o que raio estamos a fazer a trilhar um caminho tão complicado quando há tantos supostamente mais simples em tanta coisa...

Só ouvir...

«Tu estás livre e eu estou livre
E há uma noite para passar
Porque não vamos unidos
Porque não vamos ficar
Na aventura dos sentidos

Tu estás só e eu mais só estou
Que tu tens o meu olhar
Tens a minha mão aberta
À espera de se fechar
Nessa tua mão deserta

Vem que o amor
Não é o tempo
Nem é o tempo
Que o faz
Vem que o amor
É o momento
Em que eu me dou
Em que te dás


Tu que buscas companhia
E eu que busco quem quiser
Ser o fim desta energia
Ser um corpo de prazer
Ser o fim de mais um dia

Tu continuas à espera
Do melhor que já não vem
E a esperança foi encontrada
Antes de ti por alguém
E eu sou melhor que nada.»

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Em Foco: Poliamor - às 22.30h

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Às
22.30h de hoje (Sexta-feira, dia 27) três membros do grupo PolyPortugal vão estar no programa "Em Foco", do canal Regiões TV.

Poderão assistir ao programa gravado no canal 193 da ZON ou no canal 19 da Cabovisão (e também através do site do canal).

O tema será "Novas Formas de Relações - Poliamor", e terá apresentação de Fátima Torres.

Contamos com vocês! :)

Em Foco: Poliamor

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Às 20h de hoje (Sexta-feira, dia 27), estarei com mais 2 pessoas do grupo PolyPortugal no programa "Em Foco", do canal Regiões TV.

Poderão assistir ao programa em directo no canal 193 da ZON ou no canal 19 da Cabovisão (e também através do site do canal).

O tema será "Novas Formas de Relações - Poliamor", e terá a apresentação de Fátima Torres.

Contamos com vocês! :)

sábado, 7 de janeiro de 2012

Poly Happy, Happy Poly?

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O poliamor, a bissexualidade e outros temas "estranhos" e muito à frente chegaram há algum tempo às revistas femininas. A última foi a Happy Woman de Dezembro que comprei para poder ler o artigo, não sem no acto da compra a minha cabeça ter ficado a latejar ao aperceber-me do módico preço: 2,50 € por 200 e tal páginas por mês - um preço em conta nos tempos que correm (não admira que se venda).

Como poliamorosa é sempre interessante para mim ver o discurso indirecto que sobre a minha vida se faz e quase nunca há um efeito de identificação com o que leio. As reacções podem ir da gargalhada à fúria gelada, mas nunca olhei para uma reportagem e disse: ora, aqui está como me sinto e vivo. Pois é. Sei bem dos constrangimentos da profissão - ou não fosse essa a minha formação, mas não tenho qualquer empatia por recriações ilusórias de realidades supostamente não ficcionadas. Esta foi mais uma dessas.

Há uma série de coisas que as pessoas que escrevem sobre poliamor deviam entender de uma vez por todas (ordem perfeitamente aleatória):

1) O poliamor não é uma tendência.
2) Eu não estou na moda.
3) Nós não somos adeptos (para o caso de não terem reparado, isto não é futebol).
4) Também não somos uma corrente ou movimento.
5) Nós não somos "eles" - uma senda qualquer obscura de pessoas estranhas com opções esquisitas que fazem coisas numa qualquer realidade paralela que não vai certamente tocar nos leitores das revistas. Porque os leitores das revistas às vezes (!) são bissexuais, lésbicas, transgéneros e até... poly. Que estranho!

Se calhar é por isso mesmo que o director da revista achou por bem escrever um editorial a prevenir as leitoras para a terrível ameaça do fim da monogamia - e cito, «No dia em que acreditar nisso [morte da monogamia] tenho de pensar que a amizade sincera, o altruísmo, o amor sem interesses, a paixão pura e desinteressada... são pura ficção».

Para além de não perceber a correlação entre monogamia e todas estas elevadíssimas categorias e acções morais, deixa-me ainda mais preocupada a assumpção fascinante de que só as pessoas monógamas serão capazes de tais atitudes benéficas...

(neste ponto, pergunto-me: se há uma ligação tão óbvia entre todas estas coisas, porque é que há tantos problemas num mundo supostamente monógamo? Não deveria ser tudo perfeito, senhor editor?)

E continua: «Estou convencido que quase todos procuramos, no fundo, a monogamia». Para além de eu ter medo destes "fundos" essenciais - têm sempre qualquer coisa de abissal e a mim faz-me um bocado confusão a ideia de que a verdade de todos nós se encontre sempre no fundo de qualquer coisa (ajuda a perceber porque é que a honestidade parece ser tarefa titânica) - também tenho medo de andarmos todos à procura do mesmo - e mais ainda de isso ser certeza absoluta de alguém que não me conhece. Mas pronto, há o termo "quase", «quase todos» - afinal não são todos (já agora, todxs), mas para quê pensar nos que NÃO pensam ou agem assim (não importa que "esses" sejam o tema da reportagem em destaque na capa).

E se de falácias não estivermos ainda fartos, ainda temos umas quantas mais: a monogamia leva-nos «a outro patamar» (divino? ancestral? surreal? abissal? hum?); ajuda-nos a encontrar o «verdadeiro eu» (mas que raio é isso?) e por fim, «tudo está construído hoje para acreditarmos que a monogamia é algo passado e fora de moda» - e eu que pensei que era nestas condições que estava o Feminismo, mas afinal não, é a monogamia à qual se dedicam todos os filmes, livros, Disney, reportagens, notícias, consumismo, rotinas, instituições, etc etc etc... imagino se ela estivesse na moda, o que não seria.

Depois de ler um editorial destes, que já tudo interpretou por nós, o que sobra às leitoras da revista fazerem? Guardarem o cérebro a sete chaves e verem se não o usam durante a leitura da reportagem, que é para a sua concepção de mundo não ser alterada (ou a concepção do editorial?)

/sarcasm mode off.

E pronto, não tenho mais nada a dizer. Think for yourselves.