Sacado, homenageando, daqui: oglaf.com
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
Desse lugar de medo…
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«We are crazy but who cares
To our heaven there are stairs»
Xandria, Only For the Stars in your Eyes
To our heaven there are stairs»
Xandria, Only For the Stars in your Eyes
Há uns dias alguém me recordou o que eu mesma havia dito há algum tempo. Que foi com medo que comecei a melhor coisa da minha vida.
Há um ano atrás a minha vida estava uma confusão e eu descobria que gostava também de mulheres, para além de homens. Aliás, descobria que gostava bastante mais de mulheres. Tão mais que a carapuça da bissexualidade me serviu pouco tempo. Sou lésbica, sou queer, sou apaixonada pelo meu companheiro, sim, um homem. Foi com ele que comecei a minha primeira relação (que poderíamos dizer “séria”, não gosto do termo, prefiro queer, de novo) a nível afectivo, amoroso, sexual.
Há um ano atrás a minha vida estava uma confusão e eu descobria que gostava também de mulheres, para além de homens. Aliás, descobria que gostava bastante mais de mulheres. Tão mais que a carapuça da bissexualidade me serviu pouco tempo. Sou lésbica, sou queer, sou apaixonada pelo meu companheiro, sim, um homem. Foi com ele que comecei a minha primeira relação (que poderíamos dizer “séria”, não gosto do termo, prefiro queer, de novo) a nível afectivo, amoroso, sexual.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Biologia e confusões
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Ontem, uma pessoa chamou-me a atenção para um artigo na Scientific American, que vale a pena ler. Este aqui.
Quero fazer alguns comentários. Como não podia deixar de ser!
Primeiro, o artigo bem que podia começar pelo quarto parágrafo. Sim, aquele que é suposto ser "uma tangente" ao tema em questão. Há uma boa quantidade de discurso poliamoroso que procura entender o "porquê" de se ser poly olhando para a não-monogamia dos animais, como forma de justificar a não-monogamia humana. Não vejo o interesse. O mesmo é feito com a homossexualidade, de resto. Não vejo o interesse.
sábado, 21 de agosto de 2010
Poly Girls On Queer Unite
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"Agora, ao contrário, estamos em casa. Mas o em-casa não preexiste: foi preciso traçar um círculo em torno do centro frágil e incerto, organizar um espaço limitado. (…) Eis que as forças do caos são mantidas no exterior tanto quanto possível e o espaço interior protege as forças germinativas de uma tarefa a ser cumprida, de uma obra a ser feita. Há toda uma actividade de selecção aí, de eliminação, de extracção, para que as forças íntimas terrestres, as forças interiores da terra, não sejam submersas, para que elas possam resistir ou até tomar algo emprestado do caos através do filtro ou do crivo do espaço traçado. (…) Agora, enfim, entreabrimos o círculo, nós o abrimos, deixamos alguém entrar, chamamos alguém, ou então nós mesmos vamos para fora, nos lançamos. Não abrimos o círculo do lado onde vêm acumular-se as antigas forças do caos, mas numa outra região, criada pelo próprio círculo. Como se o círculo tendesse a abrir-se para um futuro, em função das forças em obra que ele abriga."
Começa quando fechas a porta do quarto para poderes ouvir a tua música. A música é instrumento da tua territorialização. Por exemplo, o ostinato da equipa de futebol proclamando "Ahhh Portugal olé, portugal olé, portugal olé, portugal olé" e demarcando as fronteiras. Ou "First I was afraid I was petrified" ou "A formiga no carreiro vinha em sentido contrário". O som afirma-nos, é o nosso canto específico, anunciando à passarada a música da nossa territorialidade.
Começa quando fechas a porta do quarto para poderes ouvir a tua música. A música é instrumento da tua territorialização. Por exemplo, o ostinato da equipa de futebol proclamando "Ahhh Portugal olé, portugal olé, portugal olé, portugal olé" e demarcando as fronteiras. Ou "First I was afraid I was petrified" ou "A formiga no carreiro vinha em sentido contrário". O som afirma-nos, é o nosso canto específico, anunciando à passarada a música da nossa territorialidade.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
A estranheza
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O post da antidote de há uns dias motivou-me a também falar um pouco sobre queer.
Não indo mais longe que a Wikipédia, descobre-se que a palavra já vem da Idade Média, com o seu significado de "estranho, esquisito". Foi preciso esperar até à viragem entre os séculos XIX e XX para que alguém começasse a conotar a palavra com orientações sexuais específicas.
Eventualmente, a palavra queer foi novamente reclamada e reconceptualizada (tal como galdérix, no nosso caso), tanto para denotar essas orientações, como também para denotar uma outra coisa, que está muito mais intimamente ligada com queer: a de estranheza.
domingo, 15 de agosto de 2010
Poliamor na Focus
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Artigo de Junho deste ano (revista Focus nº 556 de 9 a 15/06/2010):
O artigo é uma adaptação de um original da revista-mãe alemã, com o título "Wie liebe ich – und wenn ja, wie viele?", publicado na Focus 21/10, de 22 de Maio de 2010. Os autores da adaptação entrevistaram dois psicólogos e ainda um trio que vive numa relação poliamorosa, supõe-se que em Portugal. O original pode ler-se online, embora sem os grafismos da publicação em papel.
sábado, 14 de agosto de 2010
Trilogia do ciúme
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Monogamia & Ciúme
Uma relação monogâmica pressupõe, obrigatoriamente, exclusividade: de amor, de (possível) “conjugalidade” entre dois seres. Essa exclusividade conduz, naturalmente, ao sentimento de posse. Se pretendemos exclusividade sobre determinada relação, sobre determinada pessoa/coisa, deveremos sentir-nos um pouco proprietários da mesma.
Embarcando no sentimento de posse, acontece não querermos partilhar. O ciúme bate à porta. Não queremos ser confrontados com o desejo de outras pessoas pelo que possuímos, nem pela disponibilidade de ser partilhado(a) que pode existir na nossa “propriedade”.
Embarcando no sentimento de posse, acontece não querermos partilhar. O ciúme bate à porta. Não queremos ser confrontados com o desejo de outras pessoas pelo que possuímos, nem pela disponibilidade de ser partilhado(a) que pode existir na nossa “propriedade”.
Por isso, o ciúme não surge apenas em relações amorosas nem sequer entre seres da mesma espécie.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Mais que dois
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Motivado por uma série de comentários num post recente, deixo-vos um excerto de um texto meu:
O poliamor, na sua base teórica, mostra-nos um tipo de relacionamento que depende fortemente de um sujeito individualizado que marque as suas regras e as suas determinações mas que, ao mesmo tempo, as discuta e as negoceie com alguém que se apresenta como seu igual num contexto que não tem o peso histórico do casamento e suas obrigações associadas – e que portanto contém a possibilidade e a expressão de uma pura relação e de um amor confluente, no qual também se pode observar a plasticidade sexual e que leva a um desafiar constante de estereótipos e papéis de género (Giddens, 1993).
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Castelos de cartão
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Tenho estado à espera que este filme estreie em Portugal. Mas há uns dias desisti e vi-o em casa. É espanhol e conta a história de três estudantes de Belas-Artes, que se envolvem numa relação amorosa, na qual se complementam. Apaixonam-se os três pelos três. Cada um encontra o seu lugar no conjunto, e constrói uma relação diferente com cada um dos outros. Todos têm as suas fragilidades e qualidades. E juntos formam algo equilibrado, puro, que traz força e beleza à vida dos outros.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Falhar é bom
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A maior parte de nós procura ter relações duradouras. Não que sejam o único tipo de relação interessante mas provavelmente porque só é possível construí-las com pessoas especiais para nós, e um nível de compatibilidade muito alto não é frequente encontrar a uma distância decente.
Quando alguém se envolve num novo relacionamento, e durante os dias, semanas ou mesmo meses que se seguem, é bastante comum não se acreditar inteiramente nessa relação, pelo simples facto de estar no início. Parece fazer sentido, esta precaução. Mas não será prejudicial para o próprio desenvolvimento da coisa?
Por outro lado, será produtivo acreditar logo de início que uma nova relação vai ser para a vida? Eu diria que há uma razoável probabilidade de uma atitude assim conduzir a maus resultados. E as pessoas têm, geralmente, medo de falhar.
Quando alguém se envolve num novo relacionamento, e durante os dias, semanas ou mesmo meses que se seguem, é bastante comum não se acreditar inteiramente nessa relação, pelo simples facto de estar no início. Parece fazer sentido, esta precaução. Mas não será prejudicial para o próprio desenvolvimento da coisa?
Por outro lado, será produtivo acreditar logo de início que uma nova relação vai ser para a vida? Eu diria que há uma razoável probabilidade de uma atitude assim conduzir a maus resultados. E as pessoas têm, geralmente, medo de falhar.
domingo, 8 de agosto de 2010
Poliamor na Com'Out
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A revista Com'Out voltou às bancas, com uma periodicidade trimestral. Nesta edição dedicada ao(s) amor(es), destaque para um artigo de duas páginas, intitulado "Poliamor, um horizonte de possibilidades". Com a participação de Daniel Cardoso.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Pausa
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quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Sobre o ciúme (3) - A minha torradeira
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Continuação dos posts:
Sobre o ciúme (1) - O medo é o seu alimento e Sobre o ciúme (2) - O frigorífico avariado
Sempre fui adepta da máxima “own your feelings”. Ou, como alguém diria, “I’m not your bitch, don’t hang your shit on me”. Quando li pela primeira vez o excerto do Ethical Slut já aqui publicado, não só me identifiquei completamente com aquelas palavras, como passei a citá-lo em várias ocasiões. Nomeadamente quando alguém tentava “atirar-me as culpas para cima”. Nem sempre funcionou. Ou, para ser mais sincera, quase nunca. Sempre fui uma esponja da culpa. E de algum modo acho que sempre preferi sê-lo, para não perpetuar conflitos.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Amores antigos
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Numa rede de encontros onde me inscrevi há ano e meio, que adoro e recomendo (OkCupid), uma das frases que está no meu Self-Summary é a seguinte:
I'm always starting off new things but hardly ever finish any, which means I'd hardly finish with you. ;)No final de Março, cansado do silêncio bloguístico que nessa altura se estava a alastrar contagiantemente entre a generalidade dos colaboradores, escrevi um post desanimado — embora simultaneamente feliz com a actividade crescente, em contramaré, dos nossos congéneres brasileiros¹. E o que aconteceu depois desse post? Emudeci eu próprio. Quatro meses e meio de silêncio.
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