A basic precept of intimate communication is that each person owns her own feelings. No one "makes" you feel jealous or insecure — the person who makes you feel that way is you. No matter what the other person is doing, what you feel in response is determined inside you. Even when somebody deliberately tries to hurt you, you make a choice about how you feel. You might feel angry, or hurt, or frightened, or guilty (one of your authors was raised Catholic, so she was trained to feel guilty about astonishing stuff). The choice, not usually conscious, happens inside you.Uma das coisas que mais me surpreendeu ao ler o livro de Giddens foi precisamente o quanto ele se adiantou a outros autores na análise que fez, e como esta análise - mais tarde vertida em obras como o "The Ethical Slut" - aponta acima de tudo para uma certa zeitgeist que não se prende apenas com o poliamor.
Owning your feelings is basic to understanding the boundaries of where you end and the next person begins and the perfect first step toward self-acceptance and self-love. - The Ethical Slut; Easton, Hardy, 2009
Isto porque um elemento importante dentro de qualquer relação íntima - e não esquecer que a intimidade representa para Giddens um papel muitíssimo essencial, especialmente na pura relação, e que não se prende necessariamente com relações estritamente ditas "românticas" - implica o reconhecimento, validação e manutenção das fronteiras pessoais. Dos nossos limites.
Abrirmo-nos aos outros requer, paradoxalmente, a existência de barreiras pessoais, porque é um fenómeno comunicacional; requer também sensibilidade e tacto, já que não é o mesmo que viver sem pensamentos privados. - Giddens, 1993
A insistência do poliamor no fenómeno da comunicação não é acidental - a necessidade da comunicação advém precisamente da manutenção dessa pessoalidade que se arrisca a dissolver na relação codependente. Com o facto acrescido que o potencial aumento do número de pessoas envolvidas vem complexificar a questão, vem ligar pessoas que podem não estar directamente em contacto (punalua - my lover's lover), vem reticularizar (pág. 12) aquilo que antes era (aparentemente) polarizado. Assim, a necessidade de comunicar (leia-se, "de pôr em comum") as diferentes barreiras e fronteiras pessoais torna-se, talvez, ainda mais indispensável.
Assim, procuramos na relação o balanço entre a exposição da intimidade e a segurança das fronteiras da pessoalidade. E, porque não pode ser de outra maneira, sou constantemente relembrado de uma outra obra-prima - "Neon Genesis Evangelion". Lá, usa-se o conceito de Campo de Terror Absoluto ("AT Field"), para demarcar esse espaço de pessoalidade inviolável sem o qual não estamos com um Outro, mas apenas com a ilusão do Outro.
Índice
A pura relação e o poliamor - I
A pura relação e o poliamor - II
A pura relação e o poliamor - III
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