sexta-feira, 30 de abril de 2010

Homossexualidade, Promiscuidade e Poliamor

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Este é o nome de uma conferência/tertúlia/debate em que irei participar, como representante do grupo PolyPortugal. O convite foi estendido pelo Núcleo LGBT da Amnistia Internacional, e será na sua sede a tertúlia, que começa às 15 horas de amanhã, Sábado.

A informação está num pdf, aqui.

Convido toda a gente a estar presente. Reproduzo abaixo o e-mail de divulgação do evento feito circular pela organização.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Verdades absolutas

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Unique shapes: Allan McCollum
Eu confesso. Não resisto a ler qualquer coisa que inclua a palavra sexo. Sou o alvo perfeito daqueles anúncios que punham nas paredes da faculdade, com SEXO em letras gordas mas que depois se percebia que só queriam vender um estirador ou um computador velho. Não resisto sequer aos milhentos artigos de revistas femininas ou masculinas sobre sexo, e mais concretamente às considerações sobre o sexo oposto, prescritas como verdades absolutas. Dependendo dos dias, não sei se rir ou chorar da insistência na guerra dos sexos e da eternização dessa polaridade.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Adele Schopenhauer

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Mais um livro saiu acerca de uma personagem histórica se aproximar do poliamor e não precisar do nome para nada.

Desta vez trata-se de Adele Schopenhauer, irmã do famoso filósofo, e do seu encontro com a Sybille Mertens. Estamos a falar de pleno século XVIII. Ambas independentes, envolvidas nos primeiros movimentos pelos direitos das mulheres e promotoras de encontros e tertúlias. Como habitual no tempo e na classe, casadas com homens que não escolheram. O facto de uma mulher ter uma amante não podia ser considerado motivo de divórcio, e por isso, a situação acabou por ser não só aceite como a própria relação ser cautelosamente cuidada por ambos..

domingo, 25 de abril de 2010

Ping Pong Poliamor

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Na próxima Quarta-feira, 28, às 21h45, não deixem de ligar a televisão no novo Canal Q, na posição 15 da grelha do Meo. Para quem tem, claro. Quem não tem, sempre pode ir ao café mais próximo, em jeito de romaria para ver a bola.
É que o programa Ping Pong Top vai contar com a presença do nosso Daniel, em debate com o Padre Borga. Sobre poliamor, monogamia e outras questões igualmente importantes para a humanidade. A não perder!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Liberdades e jantares

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Este sábado vai haver um jantarzinho poly ali em contexto de arraial de 25 de Abril.

Esta coisa da liberdade faz parte dos ideais do poliamor. Mas é uma liberdade que é responsável, uma liberdade que é adulta. Dizia já Sartre que estamos condenados a ser livres. Mas isso quer dizer que estamos também condenados a ser responsabilizados pelo que fazemos.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Já tinha saudades...

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Depois de uns meses de alguma acalmia, eis que o calendário poly se enche de novo de eventos. Confesso que me tem sido complicado acompanhar o ritmo, lembrar-me de datas, responder e corresponder a tudo o que se espera do PolyPortugal.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Porquê Fourier?

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Charles Fourier é muitas vezes citado como o primeiro autor a falar de poliamor de modo estruturado. é classificado como um socialista utópico, escreve do ponto de vista de um sociólogo radical, e os seus escritos, da primeira metade do século 19, filtrados de muita coisa que já não é actual, são pioneiros em temas como o papel da mulher, do amor, da sexualidade e do trabalho.

A obra "Le Nouveau Monde" trata, e passo a citar, da "mais bela das paixões", do sentimento mais poderoso entre todos, e que não se justifica senão por si mesmo. "Todos têem razão no amor, pois é a paixão da insensatez".


Ao discutir o papel da mulher, como individuo e não como a outra metade dum casal, Fourier ventilou ideias como a de que o casamento tradicional viola automaticamente os direitos das mulheres enquanto direitos humanos. como outros socialistas utópicos, dissertou sobre o aparecimento de uma nova melhorada moral que pudesse substituir as relações - minadas e repressoras - de uma sociedade que se tornou caduca e não adequada para indivíduos livres e emancipados.

Toda a sua obra fala da felicidade, de uma maneira ou outra, e neste livro vários capítulos são dedicados ao amor e ás relações amorosas, à fidelidade, ao livre arbítrio amoroso nos seus vários aspectos, e a desconstrução das relações como elas se encontram estruturadas na sociedade "actual".

Interessante é mencionar também como a homossexualidade, o sexo ocasional ou a escolha sexual consciente do SM são por ele vistas como apenas mais uma das escolhas emocionais possíveis.

"Physical love, which is called brutish, animal, etc. is degraded by civilized legislation and morality as an obstacle to the conjugal system". Fourrier, por seu turno, escreveu capítulos inteiros acerca dele. "the physical impulses, far from being fettered, will be fully satisfied . . . "

Para terminar, uma nota nada lateral: este livro foi publicado em 1967, muito mais de um século depois de ter sido escrito.

Para quem quiser ler,
http://classiques.uqac.ca/classiques/fourier_charles/nouveau_monde_amoureux/nouveau_monde_amoureux.html
http://classiques.uqac.ca/classiques/fourier_charles/nouveau_monde_amoureux/fourier_nouveau_monde_amoureux.pdf

domingo, 18 de abril de 2010

PolyPortugal no Arraial de Abril

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Nos dias 23 e 24 há arraial no Largo do Carmo, organizado pela Associação Abril. O PolyPortugal vai lá estar, de um modo informal, na banca das Panteras Rosa, e a passear-se por entre as várias bancas e eventos.
No Sábado, dia 24 à noite, haverá um jantar ali pelas redondezas, em restaurante ainda a determinar. Sugestões?

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Marco Paulo

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Eu dou aulas e, não sendo propriamente a pessoa mais mediaticamente discreta do mundo, acabei com algumas alunas a informarem-me que tinham "descoberto" o artigo da FHM de que falei há alguns meses, bem como a minha aparição no programa "Sete palmos de testa", da RTP 2, em repetição, na semana passada.

Uma das coisas que me disseram, na altura, foi que eu sou "pior do que o Marco Paulo". Ora, tanto quanto me lembro, ele afirmava ter 2 amores, mas não saber de qual gosta mais, enunciando também o quão diferentes eram os seus dois amores. Eu respondi que não, não sou pior do que o Marco Paulo.

Isto porque ele era, claramente, um indeciso - e disso ninguém me pode acusar neste campo!

Neste momento, também tenho "dois amores". Que estão, de resto, constantemente a comentar comigo as semelhanças que têm entre si. Já daí se impossibilita uma parte da música. Mas a questão mais importante, para mim, é esta: porque é que eu preciso de ter a certeza (ou sequer de saber) de qual gosto mais? Parece-me isso um bom exemplo de estar à procura de problemas onde eles não existem, especialmente porque todos os resultados que eu vi no Google quando procurei por "amorómetro" me assustaram. O mesmo é dizer, não sei como iria responder a essa dúvida, sequer, neste momento, caso ela surgisse. Coisa que não fez.

Ele queria saber de qual gostava mais porque tinha que escolher. Eu não tenho. Não vejo razão para o fazer. Eu certamente não ganharia nada com essa escolha. E, tanto quanto sei, ninguém perdeu nada com a minha não-escolha (que é também uma escolha, claro; é escolher não escolher). De um ponto de vista de intenções, não vejo ninguém com má índole, ou a ser magoad@. A música não questiona esse imperativo da exclusão, eu questiono.

Portanto, no fundo, deixem-me ficar com a ideia de que não sou pior que o Marco Paulo.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

No meu tempo não era assim...

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Ouvido de passagem:
“Isto agora a malta nova… No outro dia estavam ali três sentados naquele muro, e ora beijava um, ora beijava o outro…”

Infelizmente não me lembro se “os três” eram dois rapazes e uma rapariga, ou ao contrário. Daria um matiz à história, mas não me parece que fosse relevante para quem a contava. O que lhe parecia realmente surpreeendente era o franquear dessa barreira última, a não-monogamia assumida, despreocupada e alegre.
De facto, se algo se pode dizer dos adolescentes de hoje em dia é que se estão a borrifar. Que ganharam em diversidade e descontração o que perderam em dotes ortográficos. E que um colega ser gay lhes parece tão escandaloso como ser fã do Star Trek e vestir-se de Darth Vader. Minto. A última parte seria bastante mais estranha.
Nas conversas que oiço dirarimente, diria que o ciúme e a posse vão perdendo cada vez mais protagonismo nas suas vivências. Os adolescentes assumem que estão num período de experimentação. Que as relações não duram para sempre e quem não tenha pais separados que atire a primeira pedra.
Ao contrário da minha geração que, sentada em frente à televisão, levou com estereotipos atrás uns dos outros, metidos pelos olhos adentro, esta geração senta-se em frente aos computadores. E na internet são eles que escolhem a informação que querem. Ou optam simplesmente por não querer saber e viver a afectividade como lhes apetece.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Tertúlia: “Homossexualidade, Promiscuidade e Poliamor”

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Tertúlia/Debate: “Homossexualidade, Promiscuidade e Poliamor”.

O Núcleo LGBT da Amnistia Internacional convida-te a participares na discussão em torno destas temáticas. Os homossexuais são mais promíscuos que os heterossexuais? Fazem mais sexo? São menos atreitos a relações estáveis? Estão mais disponíveis para relações abertas ou poliamorosas? E, afinal, o que é isso do Poliamor? É uma orientação sexual? Todos os poliamorosos são homossexuais? Poliamor significa o
mesmo que poligamia? Estas e outras questões igualmente interessantes serão abordadas neste encontro, no qual contaremos com a presença de um elemento do colectivo Poly Portugal, que nos irá, certamente, esclarecer todas as dúvidas que tenhamos sobre esta forma de encarar as relações sentimentais. Aparece!!

Organização: Núcleo LGBT da Amnistia Internacional.

Data: Sábado, 1 de Maio de 2010, pelas 15h.

Local: Sede da Amnistia Internacional: Av. Infante Santo, nº. 42, 2º. Andar. Lisboa – Alcântara. (Autocarros 720 e 738; o 15, 28, 732 também param perto, na Av. 24 de Julho, cumprindo, apenas, que se suba aInfante Santo; Comboios: estações de Alcântara-Mar e Alcântara-Terra).

sexta-feira, 9 de abril de 2010

3

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Estou constantemente a lembrar-me deste post da antidote, que me marcou. Quanto mais não seja, porque entendo o que ela quer dizer com "a beleza frágil e improvável destas constelações".

Estou num "V", já estive num trio ou triângulo. E ambas as experiências me deram/têm dado elementos de maturação pessoal e sentimental muito grandes. As dinâmicas são diferentes, e há problemas que fazem sentido num caso e noutro nem por isso - e vice-versa. A questão da intimidade - sexual, emocional, ou de outros tipos que não me ocorrem agora - é um desses factores que tem como hábito ser diferente entre V's e triângulos.

Claro que as pontas de um "V" podem ser, entre si, bastante íntimas - e aqui entra a ideia de punalua, de que já vári@s participantes falaram aqui - e isso permite, a quem está "no meio", apreciar uma sinergia potencialmente intensa. Sinergia essa que até tem, ocasionalmente e quanto mais não seja, por piada, o pormenor interessante de esse vértice ser um ponto de contacto muito forte entre as tais pontas - já me senti "assunto de interesse comum" mais do que uma vez, como quem fala de um livro, uma personagem ou uma música. E tem piada, para mim.

Não faço ideia se há alguma tendência de V's se transformarem em triângulo, triângulos em V's (também já estive numa situação assim, mas não como vértice). Mas sei que estar num V que, às vezes, mais parece um triângulo, é divertidíssimo. Tem piada. Sabe bem. O futuro entusiasma-me e só não me posso esquecer de ter a calma de esperar que ele chegue enquanto vou ter com ele, de sorriso nos lábios e com vontade de construir vidas plurais, reticulares. Em triângulo, V, W, X, Y, Z, ou quantas mais letras se lembrarem de usar, ou figuras geométricas. Talvez até mesmo em 4D?

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Esta tarde...

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Estou em casa, a trabalhar no portátil. Ao meu lado, no sofá, está uma das pessoas com quem tenho uma relação. Mais ao lado, no chão - porque gosta de se sentar no chão - está a outra pessoa com quem tenho uma relação.

Ambas as pessoas a conversar sobre literatura, enquanto ouvimos música.

E nada disto é especial, nada disto é diferente. Apenas é. É uma família, é uma rede de amizades e amores.