Eu dou aulas e, não sendo propriamente a pessoa mais mediaticamente discreta do mundo, acabei com algumas alunas a informarem-me que tinham "descoberto" o artigo da FHM de que falei há alguns meses, bem como a minha aparição no programa "Sete palmos de testa", da RTP 2, em repetição, na semana passada.
Uma das coisas que me disseram, na altura, foi que eu sou "pior do que o Marco Paulo". Ora, tanto quanto me lembro, ele afirmava ter 2 amores, mas não saber de qual gosta mais, enunciando também o quão diferentes eram os seus dois amores. Eu respondi que não, não sou pior do que o Marco Paulo.
Isto porque ele era, claramente, um indeciso - e disso ninguém me pode acusar neste campo!
Neste momento, também tenho "dois amores". Que estão, de resto, constantemente a comentar comigo as semelhanças que têm entre si. Já daí se impossibilita uma parte da música. Mas a questão mais importante, para mim, é esta: porque é que eu preciso de ter a certeza (ou sequer de saber) de qual gosto mais? Parece-me isso um bom exemplo de estar à procura de problemas onde eles não existem, especialmente porque todos os resultados que eu vi no Google quando procurei por "amorómetro" me assustaram. O mesmo é dizer, não sei como iria responder a essa dúvida, sequer, neste momento, caso ela surgisse. Coisa que não fez.
Ele queria saber de qual gostava mais porque tinha que escolher. Eu não tenho. Não vejo razão para o fazer. Eu certamente não ganharia nada com essa escolha. E, tanto quanto sei, ninguém perdeu nada com a minha não-escolha (que é também uma escolha, claro; é escolher não escolher). De um ponto de vista de intenções, não vejo ninguém com má índole, ou a ser magoad@. A música não questiona esse imperativo da exclusão, eu questiono.
Portanto, no fundo, deixem-me ficar com a ideia de que não sou pior que o Marco Paulo.
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