sábado, 5 de setembro de 2009

Os meus medos...

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Não, não tenho medo de cães grandes, só dos que mordem mesmo.
Ou melhor, há coisas que nos mordem e magoam mas talvez o pior seja o medo das coisas, que nós achamos, que nos podem magoar. Isto será específico de pessoa para pessoa.

Nas minhas poli-relações, pelo menos nas que são "full time", surgem-me alguns receios que não estão na relação em si mas no mundo que me rodeia.

Fazendo uma introspecção e analisando as coisas que me preocupam quando vivo as minhas relações, há claramente duas coisas que se destacam. Ambas se relacionam com a maneira como as pessoas que considero próximas podem encarar esta realidade poliamorosa na minha vida. Uma está relacionada com os amigos e outra com a família "tradicional" (biológica).
Estes medos são mais óbvios nestas relações "full time", e tenho duas neste momento, o que me tem feito pensar um pouco mais neste assunto. Tenho outras pessoas que amo, e com quem tenho intimidade, mas que vejo esporadicamente e cujas relações são vivenciadas de outras formas...

Nos meus amigos receio o tratamento e a hierarquização que podem dar às pessoas que amo, às minhas relações. Já o disse antes, não tenho relações primárias ou secundárias, não faço comparações e cada uma vale por si.
Mas os meus amigos podem não o fazer! E isso, vá lá, aborrece-me...
Resumindo, temo o dia em que alguém que me seja próximo trate um dos meus amores de forma diferente baseado nestes pressupostos com os quais não me identifico.

Na minha família "tradicional" temo a não aceitação. Penso que este problema será mais transversal e alcança muitos outros tipos de relações. Mas para quem vem de uma família super-tradicional e católica como a minha, estes medos intensificam-se!
Tudo bem, eu não devo explicações a ninguém, sou maior e vacinado... Mas a última coisa que quero é ver sofrer alguém de quem gosto, que amo.
Se puder evitá-lo, faço-o. E é o que tenho feito, ocultando a realidade, o que não me tem sido muito difícil pois não vivemos perto.

Não sei como costumam lidar com os vossos medos, eu não gosto de os ter à perna, e um dia destes, se tiver de ser, cai o Carmo e a Trindade!

2 comentários:

alistair disse...

jorge

é sempre bom ler as tuas postagens: simplificas as coisas e há sempre bom senso nas tuas palavras!

sei que, quando chegar o momento, vais tomar a decisão certa e que a tua família "tradicional", pot te amar incondicionalmente, acabará por aprender a viver com a nova realidade.

abraço
a

Jorge Cirne disse...

Obrigado pelo apoio!
:-)