domingo, 6 de setembro de 2009

Introdução ao Poliamor (I)

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foto: Stella/Getty Images/fStop

Qual será o melhor texto para se ler se não se souber absolutamente nada sobre poliamor?

É provável que muitos poliamoristas respondam a esta pergunta com um texto de Franklin Veaux intitulado Polyamory? : What, like, two girlfriends? («Poliamor? O quê, tipo duas namoradas?»)

Veaux conseguiu fazer umas FAQ (Perguntas Mais Frequentes) que são sem dúvida um dos textos mais simples, mais completos e mais fáceis de ler que existem sobre poliamor. O texto tem sido actualizado e aperfeiçoado pelo menos desde 2003 e continua sem publicação em livro.

Aqui segue, para abrir o apetite, uma tradução do início, tentando manter o espírito do original:

OK, então o que é isso do "poliamor"?
A palavra "poliamor" é baseada num termo grego e noutro do latim, com o conceito de "muitos amores" (literalmente, poly = muitos, amore = amor). Uma relação poliamorosa é uma relação romântica que envolve duas ou mais pessoas.

Quer dizer, tipo swing?
Não exactamente. O swinging tem um espírito diferente. Os swingers giram em torno do sexo como forma de diversão, apesar de poderem desenvolver amizades e ligações mais profundas. No poliamor, as ligações profundas são o espírito essencial, apesar de o sexo ser muitas vezes divertido.

Ah, estou a ver. Tipo ter um caso a sério com outra.
Não. Isso também é um espírito diferente. O termo técnico para isso é "trair".

Com certeza. Realmente há cá uma diferença!…
E há mesmo! Aquilo que define uma relação poliamorosa é que todas as pessoas envolvidas sabem do envolvimento, e concordam com o envolvimento, de todos os outros.
Se fores casado, e tiveres uma namorada de que a tua mulher não saiba, ou que a tua mulher suspeite existir mas sem ter a certeza, ou de que a tua mulher sabe mas não se sente bem com isso, não és poly, és infiel. Da mesma forma, se andas a comer o carteiro quando o teu marido vai para fora, não és poly, és infiel.
O poliamor é definido por um consentimento informado de todos os participantes. Sem isso, não é poly. Se não podes convidar uma pessoa que ames para o jantar de Natal com o resto da tua família porque não queres que se saiba o que andas a fazer, provavelmente isso não é poly.

Poly o tanas. Isso é só uma maneira de dizeres que o teu parceiro te deixa traí-lo.
Não. Trair é infringir as regras. Se não infringires as regras da tua relação, não estás a trair, por definição.
As regras não precisam de ser explícitas; até mesmo infringir as regras tácitas de uma relação é trair. Se fizeres alguma coisa que não te sentes confortável a contar à tua parceira, ou se fizeres alguma coisa que sabes que faria o teu parceiro infeliz se ele soubesse, é provável que estejas simplesmente a traí-lo.
O poliamor é uma forma completamente diferente de definir uma relação. É o reconhecimento do facto de que as relações não aparecem nas prateleiras em «tamanho único».

[…]

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