sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
PolyPortugal em "A Tarde é Sua", TVI
Podem assistir ao vídeo do programa clicando neste link AQUI, e podem também ver a discussão que se gerou na página Facebook do programa, AQUI.
Como sempre, comentários são bem-vindos!
EDIT 23:27 - O servidor da TVI parece estar com problemas de momento... voltem a tentar mais tarde caso não o consigam ver agora!
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
É amanhã...
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Carta aberta do PolyPortugal à SIC Mulher
sábado, 29 de setembro de 2012
Poliamor no Expresso
Saiu hoje o número que fala sobre "(in)fidelidades", e que aborda, entre outras coisas, relações poliamorosas, ou o horizonte mais alargado da não-monogamia.
Entre os vários resultados, 6% dos inquiridos diz já ter estado em relações com mais de uma pessoa ao mesmo tempo, com sentimentos de amor envolvidos e 8% diz que gostaria de estar numa relação estável com mais de uma pessoa ao mesmo tempo.
Claro que existem sempre problemas e questões que se levantam com questionários deste género, desde o viés de desejabilidade social, até não sabermos se estas relações múltiplas passaram de facto por uma postura responsável e de consentimento informado. Um facto, porém, parece relativamente incontornável: pelo menos no nível das intenções e desejos, parece haver uma fatia relativamente grande de pessoas que vê o amor para além do par normativo.
Ao mesmo tempo, as diferenças de género nas respostas são gritantes, algo que terá de ser pensado separadamente.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Activismo brasileiro
No entanto, não deixa de ser interessante que a imprensa portuguesa não vá falar directamente com as pessoas envolvidas, que troque relação poliamorosa por "relação polígama", entre outras imprecisões... como falar de "casamento".
TVI 24
Público
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Contar cabeças
Já estive em tertúlias, programas variados, entrevistas aqui e ali, e um dos pontos que tento fazer passar é o de que existem mil e uma diferentes maneiras como, todos os dias, inserimos pequenos pedaços subtis de discriminação mono-normativa. Quando falamos de "relações a sério", quando falamos de "relações duradouras", quando falamos de "estar numa relação" - tudo uma série de marcadores 'oficiais' que dão credibilidade a uns tipos de relação, e a tiram a outros.
Costumo dizer que um one-night stand de 5 minutos é uma relação. E que uma amizade de 15 anos é uma relação. Mas quando dizemos "estou numa relação com X", os nossos interlocutores ficam com duas palavras a retinir-lhes na cabeça: sexo e paixão.
Tudo isto para dizer que há uma pergunta que me fazem constantemente, especialmente em entrevistas: Quantas relações tens?
Francamente, cada vez me custa mais responder a essa pergunta. Porque a resposta que eu dou remete constantemente para as relações que ocupam um papel mais nuclear na minha vida: as duas pessoas com quem estou a viver, e com quem tenho de facto relações românticas. A realidade, porém, é que bastaria alargar um pouco que fosse a definição de "relação", ou mesmo de "relação poliamorosa", e teria que incluir mais do que essas duas pessoas. Muitas vezes, acabo a não o fazer. E, muitas vezes também, essas "outras" relações - essas outras pessoas - acabam a não ter, também, visibilidade social (dentro do meu círculo social, entenda-se), quase como se não existissem. Quase como se não fossem importantes para mim. E, no entanto, são-no, profundamente.
Incomoda-me - e é isso que quero partilhar aqui - a minha cumplicidade na criação e reprodução de um sistema de privilégios. Privilégio de quem é relação a sério sobre quem não é. Privilégio de quem é visível sobre quem não é. Para mim, isso está errado e é profundamente desrespeitoso para com pessoas que escolheram partilhar uma parte das suas vidas, do seu tempo, e da sua pachorra, comigo.
(Por outro lado, deixo aqui a ressalva de que também defendo a possibilidade de alguma dessas pessoas - ou outras que nada tenham que ver comigo, noutras relações com outras pessoas - quererem ou precisarem de ficar dentro dessa invisibilidade.)
A essas pessoas, que posso ter deixado à sombra e desconsiderado: desculpem. É algo em que estou activamente a trabalhar.
domingo, 15 de julho de 2012
O amor do teu amor... teu amigo é?
segunda-feira, 25 de junho de 2012
SlutWalk Porto e Lisboa 2012
SlutWalk Porto: www.slutwalkporto.wordpress.com
SlutWalk Lisboa: www.slutwalklisboa.wordpress.com
SlutWalk* Portugal
sábado, 23 de junho de 2012
PolyPortugal na Marcha Orgulho LGBT Lisboa 2012
sábado, 2 de junho de 2012
Nunca
K.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Dois artigos sobre poliamor no P3
A primeira peça: Poliamor: o amor não se divide, multiplica-se
A segunda: Poliamor: como é viver uma relação a três ou mais?
Leiam, comentem, divulguem!
quarta-feira, 9 de maio de 2012
3ª Marcha contra a Bifobia, Intersexofobia, Homofobia, Lesbofobia, Polifobia e Transfobia
domingo, 22 de abril de 2012
(miss)understandings
sábado, 21 de abril de 2012
Carta Aberta a Quintino Aires
Caro Dr. Quintino Aires
Queria agradecer-lhe pelo muito que aprendi recentemente consigo no programa “A Hora do Sexo” da Antena 3. As suas palavras nos dias 7 e 30 de Março tiveram um efeito revelador sobre mim, que transformou radicalmente a minha visão do mundo e de mim mesma.
Finalmente, alguém capaz de me explicar preto-no-branco o que é o amor, e como se distingue de outras relações que não tem nada a ver, como o afecto entre pais e filhos, ou a amizade. Tanta poesia, tantos filmes, tantas canções, tanta gente a gastar dinheiro no psicólogo quando afinal é muito simples: basta verificar se há sexo oral. Afinal, uma mãe não faz sexo oral a um filho (e se faz, temos aqui uma situação crítica que inclusive é crime). Contra factos não há argumentos. Percebo agora a sua convicção de que não é possível amar mais do que uma pessoa ao mesmo tempo – realmente, é tecnicamente complicado fazer sexo oral a duas pessoas em simultâneo, e a três ou mais é talvez impossível. Vou tentar e depois logo lhe digo.
Mas, sabe (e tenho uma certa vergonha em admitir isto), eu continuo a achar que se calhar há outros aspectos do amor para além do sexo oral. Mas as suas palavras fizeram-me perceber que essa minha visão é simplesmente imatura, dado que ainda nao atingi o estado de desenvolvimento intelectual e emocional que me permite reconhecer o amor como uma relação que só pode acontecer entre duas pessoas. Percebi que o amor faz parte da inteligência, mas que com a inteligencia vem necessariamente a monogamia; logo alguém que ama uma pessoa é inteligente mas alguém que ama duas ou três tem o cérebro atrofiado. Da mesma forma que alguém um milhão de euros é rico, mas com dois ou três milhões é pobre.
Mas onde as suas palavras me tocaram realmente foi na forma como me permitiu perceber pela primeira vez a distinção entre a pessoa (o ser humano), e a espécie humana (Homo sapiens sapiens). As diferenças são claras e estão à vista de todos. O ser humano é monogâmico, a espécie é poligâmica. As pessoas fazem sexo, os indivíduos H. s. sapiens abordam-se uns aos outros. Consequentemente, o ser humano só pode ser compreendida recorrendo à Psicologia, enquanto a espécie humana é perfeitamente explicável pela Biologia. Nem queira saber a crise existencial que me causou saber que sou da espécie humana mas não um ser humano, uma pessoa. Mas explica muita coisa e fico-lhe eternamente grata.
Dr. Aires, esta sua visão é revolucionária, um salto quântico na nossa compreensão de nós mesmos. Está a desperdiçar o seu intelecto neste programeca de rádio quando o mundo inteiro precisa de saber estas coisas. Encorajo-o enfaticamente a escreva um artigo para a Nature, a fazer uma TED Talk sobre isto – o Dr. Aires é a nossa grande esperança para o próximo Prémio Nobel Português!
Um grande bem-haja
A.
PS: Transcrevo em baixo os extractos dos programas que mais me inspiraram, porque isto que diz é demasiado importante para não ser difundido.
Raquel Bulha: “Vamos falar do poliamor. [...] Poli implica muita gente, gostar de muita gente, amar muita gente?”
Dr. Quintino Aires: “Não, não, não; gostar. Desejar, muita gente, no máximo; agora amar não. Amar é sempre uma relação só entre duas pessoas, dois adultos, o que implica também uma estruturação psicológica que uma criança ou um adolescente não pode, não consegue ainda.”
Raquel Bulha: “Sim, portanto há uma estruturação emocional amadurecida.”
Dr. Quintino Aires: “Exactamente. É só entre duas pessoas, não pode ser com muitas pessoas. Poliamor é uma expressão que dá jeito para quem não atingiu ainda esse estado de desenvolvimento.”
Dr. Quintino Aires: “A espécie Homo sapiens sapiens não é monogâmica; a pessoa, o ser humano, é monogâmico. O que é que isto quer dizer: quando nós nascemos com informação genética tal como há 400 mil anos atrás, ou como quando há 100 mil anos antes da linguagem, antes da fala, funcionávamos na selva, na verdade não éramos monogâmicos, e portanto abordávamos-mos uns aos outros, mas também não fazíamos sexo. Quando nós evoluímos e o cérebro humano pode começar a transformar-se, aumentar em 50% pela relação que estabelece com as outras pessoas e pelo uso da linguagem, aumentar em 50% o tecido cerebral que o suporta e que lhe permite responder e tornar-se inteligente, quando se tornou inteligente, [...] aí já é monogâmico.”
[...]
Dr. Quintino Aires: “O amor é uma característica, é uma categoria psicológica, o amor faz parte da inteligência. E portanto [...] sendo uma característica psicológica [...] que portanto tem a ver com a inteligência, não é explicável pela biologia, apenas é explicável pela psicologia. Qual é o erro técnico científico grave que existe neste email, e que se repete muito, pelo menos em Portugal repete-se muito. É dar uma explicação de um fenómeno psicológico com base em leis da biologia. Portanto, se nós olharmos para a espécie Homo sapiens sapiens com os olhos da biologia (uma ciência lindíssima, importantíssima para entendermos a vida) então é verdade que [...] é poligâmico. Agora se olharmos com os olhos da psicologia e se quisermos falar de amor, então só podemos falar de amor ou de sexo dentro da psicologia, aí temos que reconhecer que é monogâmico.
[...]
Carta do ouvinte: “[...] o amor que se tem para dar (ou não), depende de cada individuo, e discordo que uma pessoa não seja capaz de amar 2 ou 3 outras pessoas.”
Dr. Quintino Aires: “Não, amar não. Diga desejar, ter vontade de fazer sexo, isso é outra coisa.”
Carta do ouvinte: “De facto, existem vários tipos de amor, e por certo ninguém vai considerar que uma mãe só consegue amar um filho, certo?”
Dr. Quintino Aires: “Não tem nada a ver, estás a ver o que eu tava-te a dizer Raquel?”
Raquel Bulha: “O amor não é entre mãe e filho.”
Dr. Quintino Aires: “Claro, a mãe não faz sexo oral ao filho.”
Raquel Bulha: “Ó pá, por favor Quintino!”
Dr. Quintino Aires: “Ó Raquel, temos que falar as coisas se não as pessoas não pensam.”
Raquel Bulha: “Sim, claro...”
Dr. Quintino Aires: “Uma mãe faz sexo oral ao filho?”
Raquel Bulha: “Não.”
Dr. Quintino Aires: “E se faz, temos aqui uma situação crítica que inclusive é crime. [...] Temos que ter cuidado com as palavras. A mãe sente afecto pelo filho, dois amigos sentem amizade, duas pessoas que estão apaixonadas e se amam sentem amor, mas então é outra categoria.”
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Beijo
Hoje, ao que parece, é o dia do beijo.
O beijo é uma das coisas que mais me fascina. Não só porque adoro a actividade em si, mas também porque o beijo é uma das actividades mais ciosamente vigiadas (pelo menos por entre as publicamente aceites) que existe.
De tal ordem que, por muito que gostemos de um/x amigx, não podemos beijá-lx na boca, sob risco de estarmos a "confundir as coisas". Ou por mais que essa pessoa seja das pessoas em que mais confiamos, e com quem mais temos intimidade, o beijo transporta consigo (a leitura de) uma necessária sexualização das relações que é, por sua vez, visto como uma ameaça à integridade e estrutura das mesmas. (Sim, porque toda a gente sabe que o sexo estraga tudo, não é?). Se for entre pessoas do mesmo sexo, então, a homofobia ataca automaticamente.
Ora, isto é algo que me ultrapassa. Felizmente conheço mais do que uma pessoa que se sente também ultrapassada por estas lógicas de vigilância corporal - pessoas que beijo na boca como forma de cumprimento, sem que com isso esteja a sinalizar qualquer intenção sexual. Noutros casos, a vontade que tenho ou tive de beijar, ao de leve (!), alguém na boca como demonstração de cumplicidade, carinho, amizade, intimidade, não é bem recebida, compreendida ou, (no melhor dos casos) não é igualmente reciprocada.
Penso que isto tem que ver com uma (con-)fusão entre sexualização e intimidade. Porque é que os actos íntimos têm que ser lidos sexualmente? E porque é que os actos sexuais têm que ser lidos enquanto actos de intimidade? Ao separar (e recombinar quando desejável) cada um destes elementos, talvez possamos partir para um menor policiamento dos corpos, para uma menor secagem dos afectos e dos sentimentos, e para um aumentar da paleta emocional disponível.
domingo, 8 de abril de 2012
Poliamor nos media - entre Portugal e Brasil
Já aqui se falou das intervenções (duas!) do Quintino Aires na Antena 3 aqui e aqui. Essas foram, se calhar, para esquecer.
Mas no fim do mês passado saiu um artigo no jornal brasileiro O Tempo, que falava de poliamor, e onde até o Daniel Cardoso foi entrevistado.
Por terras portuguesas, desta vez foi a Revista Domingo, suplemento do Correio da Manhã, a falar de Poliamor. Podem ler o artigo aqui em baixo, comentar, partilhar...
Actualização: Está agora também disponível uma versão online do artigo, aqui.
sábado, 7 de abril de 2012
Os perigosos peritos
Pois é Joaquim… seria descabido tratarmo-nos com cerimónias, chamá-lo Dr. Quintino Aires não valorizaria o conhecimento profundo que tem sobre mim e os meus sentimentos. Assim prefiro trata-lo pelo seu nome, quero sentir-me tão próxima de si como se sente de mim…
Quando ouvi os seus comentários sobre poliamor na Hora do Sexo, a minha reacção instintiva foi procurar o seu carro e furar-lhe os quatro pneus….mas como sou civilizada pensei: “Mas o Quim é só humano, não fez por mal. Infelizmente, acredita mesmo que sabe do que está a falar.” E pronto, o meu coração amoleceu, e os seus pneus Joaquim ficaram em segurança.
Mas…. Porque a falta de consciência é perigosa, sinto-me obrigada a conversar consigo Joaquim, para o seu próprio bem, para o ajudar a pensar, tal como o próprio Joaquim diz "Temos que falar as coisas porque senão as pessoas não pensam", diria até mais, para o ajudar a sentir. Porque ao ouvi-lo falar senti coisas, senti-me por exemplo como aquelas crianças de quem os pais falam na sua presença como se não estivessem lá. Senti-me triste, zangada, desrespeitada nos meus sentimentos.
Se o seu programa não é um receituário de sexo, então qualquer coisa não funcionou desta vez, o Joaquim disse-nos com clareza o que podemos ou não sentir se quisermos fazer parte do clube privado que é a humanidade. E de facto Quim, às vezes um quadrado cabe dentro do círculo outras não, sabe porquê? Porque há círculos de todos os tamanhos e quadrados também. Erro técnico…
E se o Ser Humano é monogâmico, então muito me conta, nesse caso, todos os povos poligâmicos e poliândricos não são humanos…. Não aumentaram o cérebro como os outros. Erro técnico? Espero que sim, porque a outra alternativa é assustadora, sobretudo num especialista, num professor que forma as mentes dos jovens.
E porque é uma área que me apaixona, a ligação corpo-mente, espanta-me que alguém que dá aulas de Neuropsicologia, diga em público que a biologia não tem a ver com a psicologia… lá se iria por terra tanto bom estudo e investigação que mostram o contrário. Teriamos portanto biologia de um lado, e psicologia do outro, nada de misturas para não sujar a segunda com a primeira?
“Temos que reconhecer que o ser humano é monogâmico”. Pois, lamento mas não temos, eu não reconheço, nem eu nem muitas outras pessoas que como eu. Parece-me que o senhor acha que o que distingue os afectos é a presença ou ausência de sexo oral. Embora considere tecnicamente exigente fazer sexo oral a duas pessoas ao mesmo tempo, consigo com certeza amá-las ao mesmo tempo, o que me tornará aos seus olhos um caso óbvio de imaturidade cerebral e subdesenvolvimento emocional.
Mas sabe uma coisa Joaquim, eu não o autorizei a definir-me, nem a si nem a nenhum “especialista”. E até estou a tentar respeitar os seus sentimentos, embora não tenha respeitado os meus, porque está a chamar-me e a todas as pessoas que acreditam ou vivem em poliamor idiotas ou mentirosas. Parece-se muito como um daltónico a rir-se das pessoas que “acham que vêem outras cores”.
Os “especialistas” sempre foram bons a definir o que era normal e anormal e graças a eles que têm a certeza daquilo em que acreditam, houve boa gente que passou muito maus bocados, simplesmente por não fazerem parte da opinião dominante da altura … e se há uma coisa em que os “especialistas” são “especialistas” é em mudar de opinião… mas isso já não apaga o que está feito pois não? E também gostam muito é de dar opiniões acerca de coisas que não experimentaram. O Joaquim já esteve envolvido numa relação poliamorosa assumida? É amigo de alguma família poliamorosa? Conhece sequer alguém que o seja? O tudo o que diz é baseado em teorias?
É demasiado fácil escudar-se atrás de uma de muitas teorias científicas para “provar” que quem é diferente de si tem uma falha no desenvolvimento. Teorias são coisas engraçadas, servem geralmente para provar que aquilo que achamos certo é melhor do que o que o vizinho acha certo. E que há uma verdade única que deve servir para toda a gente. Para mim Joaquim, as verdades são como os remédios, o que funciona para um, pode matar o outro.
E só para não acabar sem corrigir alguns erros técnico, numa relação poliamorosa ninguém está sempre nada, excepto vivo. “No poliamor cada um dos envolvidos está sempre envolvido com muitos outros….”, bem Joaquim só se for no seu caso. Isso implicaria uma de duas coisas: a obrigatoriedade de amar um número certo de pessoas, que é exactamente o contrário do poliamor, ou então a obrigatoriedade de se envolver com pessoas que não se ama para manter os números no sítio, o que é igualmente o contrário do poliamor. Pois, aqui o que conta não são os números nem as médias, ninguém está a tentar provar que é normal. O que importa são as pessoas.
E é verdade que há umas pessoas “patológicas”, porque não correspondem a norma e não têm ciúme, sentem até compersion (vá ao Google, Joaquim), mas eu preocupar-me-ia mais com aquelas pessoas que são ciúmentas e por isso são capazes de atrocidades para com as pessoas que “amam” do que comnosco que dê lá a volta que der não incomodamos ninguém (a não ser alguma mente puritana e um tudo nada retrógrada).
Portanto infelizmente acho que houve mais um pequeno erro técnico, esteve a falar de algo que com certeza não se chama poliamor, talvez Joaquimamor ou eventualmente algo que só existe na sua cabeça. O que existe na realidade são pessoas comuns que vão ao supermercado, cozinham , cuidam dos filhos, acordam rabujentas, passeiam na praia, lidam com os seus sentimentos tal como o Joaquim. Só diferem numa coisa, conseguem amar mais do que uma pessoa ao mesmo tempo. Já sei que não compreende, não faz mal Joaquim, não há problema, ninguém consegue compreender tudo, eu com certeza não o compreendo a si, é suficiente aceitar.
sexta-feira, 6 de abril de 2012
A (má) Hora do Sexo
A versão resumida das divagações de Quintino Aires é a seguinte: o homo sapiens sapiens é por natureza genética não-monogâmico, mas o ser humano é, por desenvolvimento cerebral, acesso à linguagem e superior inteligência, monogâmico. O "poliamor", por conseguinte, é: a) impossível, porque não podemos amar mais do que uma pessoa ao mesmo tempo, apenas desejar ou 'gostar'; b) uma desculpa para pessoas que desejam entrar em comportamentos promíscuos e usam os sentimentos para produzir um discurso politicamente correcto.
Quintino Aires comete tantos atropelos científicos em dez minutos que até faz doer.
Primeiro, ele pretende separar biologia de psicologia (mas é professor de neuropsicologia), de uma forma que faria o António Damásio ter um esgar de dor. Para Quintino, a psicologia de um indivíduo não é mais do que a acção do social sobre o dito indivíduo, uma espécie de transposição de um conteúdo para outro meio. Assim sendo, tecer considerações sobre a natureza genética ou biológica dos indivíduos é inútil, para ele. Ora, com algumas reticências, até aí eu concordo. Mas o passo seguinte é que me fascina. Porque se o nosso funcionamento psicológico é socialmente determinado, isso quer dizer que os nosso sentimentos, conceitos, etc (entre os quais Quintino acertadamente inclui o amor) são socialmente relativos. Ou seja, não têm mais existência objectiva do que aquela que um determinado contexto social cria.
Assim sendo, como é possível sustentar uma definição única, e objectiva, de amor? Se o amor é algo criado psicologicamente, então as diferentes psicologias humanas irão criar diferentes amores, e diferentes formas de amor, necessariamente!
Em segundo lugar, faz equacionar inteligência (neurológica) a uma suposta evolução cultural unívoca e teleológica. Será que desconhece a vasta quantidade de sociedades não-monogâmicas (patriarcais e matriarcais) existentes desde o surgimento do homo sapiens sapiens?
Por último: esta ideia de que não é possível amar mais do que uma pessoa (e que se prende com o primeiro ponto). Como dizem os ingleses... "says who?". Que provas apresenta Quintino Aires para esta afirmação totalmente anti-científica? Pois... nenhumas. É um problema deste tipo de afirmações, feitas com o peso institucional, mas com total irresponsabilidade científica.
No fim de contas, o mais triste é ver supostos especialistas a deixarem os seus conhecimentos de lado, para manipularem a informação que possuem de forma a fazer passar determinadas crenças e ideologias como sendo científicas, verdadeiras, factos terminados. E é contra esta má ciência, e contra esta má divulgação científica - que é uma falha do serviço público que os media Estatais deveriam prestar - que precisamos de protestar, de lutar, e de chamar a atenção.
PS - Não, Quintino, não... Uma sociedade "poliândrica" é aquela onde uma pessoa tem vários parceiros masculinos! E sim, um quadrado cabe dentro de um círculo - a quadratura do círculo é outra coisa completamente diferente...
quinta-feira, 29 de março de 2012
A Tertúlia sobre Poliamor com a PATH
Estiveram cerca de 40 pessoas a assistir àquilo que foi uma sessão extremamente animada. A quem não pôde ir, fica aqui o registo...
quarta-feira, 21 de março de 2012
PolyPortugal em Coimbra
Terá, a representar o grupo PolyPortugal, a Fátima Marques e o Daniel Cardoso. Convidamos toda a gente a estar presente, e a partilhar a informação!
Está aqui o evento no Facebook. E segue o cartaz do evento...
sexta-feira, 2 de março de 2012
Stand by
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Palestra sobre Poliamor e Psicologia em Évora - o registo
A representar o PolyPortugal estiveram o Daniel Cardoso e a Sofia Correia.
Deixem as vossas impressões nos comentários!
Algumas informações extra podem ser encontradas aqui, também.
Uma marca poliamorosa no activismo português
Foi com um enorme prazer que encontrámos, por entre esses 50 momentos, a tertúlia que o Caleidoscópio LGBT organizou sobre poliamor, para a qual foram convidadas duas pessoas do grupo PolyPortugal.
Leiam toda a publicação mais abaixo, e juntem-se aqui ao evento de lançamento no Facebook!
Poliamor entre Portugal e o Brasil
Três membros do grupo PolyPortugal apareceram numa pequena reportagem feita pela TV Globo - no programa "Amor e Sexo", que está agora disponível na internet, e pode ser vista seguindo este maravilhoso link!
Confiram! :-)
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Psicologia e Poliamor - Palestra em Évora
Apesar de o evento ser principalmente vocacionado para (futuros) profissionais no campo da Psicologia, a sessão está aberta a todxs, mediante pré-inscrição. Para mais informações, consultar o evento do Facebook.
Solicita-se a divulgação pelas vossas redes!
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Arte e Activismo
Quem quer tentar a sua sorte?
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
"Em Foco" no YouTube - Poliamor
O programa já está no YouTube, e podem vê-lo em duas partes aqui:
Fizeram também uma pequena peça sobre o programa, que pode ser vista aqui:
Que vos pareceu o programa? Dúvidas? Sugestões? Comentários? Todo o feedback é bem vindo!
sábado, 28 de janeiro de 2012
Vem que o amor...
Esta música tem o condão de curar dores-poly para mim.
Quando uma insegurança desponta, quando um medo sem nome salta no escuro, quando algo não corre como esperado, quando há saudades e não há possibilidades de as matar, quando há vontade de estar e a vida não permite. Quando nem sabemos porque estamos tristes e só queríamos um abraço dxs nossxs companheirxs, ou uma conversa compreensiva. Quando nos perguntamos o que raio estamos a fazer a trilhar um caminho tão complicado quando há tantos supostamente mais simples em tanta coisa...
Só ouvir...
«Tu estás livre e eu estou livre
E há uma noite para passar
Porque não vamos unidos
Porque não vamos ficar
Na aventura dos sentidos
Tu estás só e eu mais só estou
Que tu tens o meu olhar
Tens a minha mão aberta
À espera de se fechar
Nessa tua mão deserta
Vem que o amor
Não é o tempo
Nem é o tempo
Que o faz
Vem que o amor
É o momento
Em que eu me dou
Em que te dás
Tu que buscas companhia
E eu que busco quem quiser
Ser o fim desta energia
Ser um corpo de prazer
Ser o fim de mais um dia
Do melhor que já não vem
E a esperança foi encontrada
Antes de ti por alguém
E eu sou melhor que nada.»
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Em Foco: Poliamor - às 22.30h
Poderão assistir ao programa gravado no canal 193 da ZON ou no canal 19 da Cabovisão (e também através do site do canal).
O tema será "Novas Formas de Relações - Poliamor", e terá apresentação de Fátima Torres.
Contamos com vocês! :)
Em Foco: Poliamor
Às 20h de hoje (Sexta-feira, dia 27), estarei com mais 2 pessoas do grupo PolyPortugal no programa "Em Foco", do canal Regiões TV.
Poderão assistir ao programa em directo no canal 193 da ZON ou no canal 19 da Cabovisão (e também através do site do canal).
O tema será "Novas Formas de Relações - Poliamor", e terá a apresentação de Fátima Torres.
Contamos com vocês! :)