Desde que criei o site, já lá vão seis anos, volta e meia recebo emails de pessoas que o descobrem. Algumas são precisamente o "público" que eu tentava atingir, ou seja, criaturas como eu, que se identificam com todos os princípios do poliamor mas viveram longos anos da sua vida sem saber que alguém lhe tinha posto um nome.
Outras são pessoas com muitas dúvidas e que, por alguma razão insondável, acham que eu tenho alguma espécie de treino ou autoridade para as poder ajudar. Há alturas em que o meu email mais parece uma caixa de correio sentimental, com várias sessões de aconselhamento, perguntas e respostas para trás e para a frente. Muitas das perguntas são minhas, acabando a maior parte das vezes confusa e surpresa com o caos que vai na cabeça de muita gente e, principalmente, com o egocentrismo.
Agora... o que me deixa sempre de sobrolho franzido e (depois de alguma troca de mensagens) mesmo estupefacta, são alguns homens (sim, vários ao longo deste tempo) que me escrevem, basicamente a perguntar: "Então e gajas? Onde é que eu posso conhecer gajas? Essas malucas do poliamor que, se andam nisto, com certeza comem tudo o que mexe, e eu, que até pisco os olhos, tenho uma hipótese garantida!"
Para exemplificar, deixo aqui algumas pérolas, preservando o anonimato dos autores:
"A grande dificuldade que tenho sentido é encontrar companheiras que partilhem este modo de vida, por isso verifiquei com muito apreço o vosso site, que me deu esperança de encontrar pessoas como eu. Gostava de saber mais... como posso conhecer pessoas que sejam adeptas do poliamor?"
Ora cá está uma maneira educada de dizer "então e gajas??".
Tudo o que se segue é pura alarvidade.
"Gostaria de conhecer mulheres, com abertura para mais que amizade partilhada. O mesmo é dizer, receptivas para amar. Como poderei saber se existem mulheres disponíveis (...), e como contactá-las?"
"Estou solteiro e já tive algumas experiências de vida a dois, que fracassaram e gostaria de conhecer gente com mente aberta para partilhar a vida e o amor. (...) deixo-vos o meu contacto para darem a membros femininos interessados, ou como os conhecer."
E por fim... a pièce de résistance:
"Estive a ler a vosso site e ocorreu-me de súbito uma dúvida: e se quiser entrar em gangbangs com várias mulheres ao mesmo tempo? Isso é permitido nas relações poliamores ou é, pelo contrário, uma forma deturpada de exprimir o amor poli ?"
Meus amigos… se eu soubesse onde é que elas andam… aí sim, talvez tivesse conselhos para vos dar, baseados em experiência própria. Mas que eu saiba, gajas boas só em Ermesinde.
E mesmo aí… é preciso um(a) gajo(a) não se precipitar!
* Para quem não se lembra, o título do post é uma das frases constantemente repetidas por Herman José e pelo público, na primeira versão da Roda da Sorte.
Outras são pessoas com muitas dúvidas e que, por alguma razão insondável, acham que eu tenho alguma espécie de treino ou autoridade para as poder ajudar. Há alturas em que o meu email mais parece uma caixa de correio sentimental, com várias sessões de aconselhamento, perguntas e respostas para trás e para a frente. Muitas das perguntas são minhas, acabando a maior parte das vezes confusa e surpresa com o caos que vai na cabeça de muita gente e, principalmente, com o egocentrismo.
Agora... o que me deixa sempre de sobrolho franzido e (depois de alguma troca de mensagens) mesmo estupefacta, são alguns homens (sim, vários ao longo deste tempo) que me escrevem, basicamente a perguntar: "Então e gajas? Onde é que eu posso conhecer gajas? Essas malucas do poliamor que, se andam nisto, com certeza comem tudo o que mexe, e eu, que até pisco os olhos, tenho uma hipótese garantida!"
Para exemplificar, deixo aqui algumas pérolas, preservando o anonimato dos autores:
"A grande dificuldade que tenho sentido é encontrar companheiras que partilhem este modo de vida, por isso verifiquei com muito apreço o vosso site, que me deu esperança de encontrar pessoas como eu. Gostava de saber mais... como posso conhecer pessoas que sejam adeptas do poliamor?"
Ora cá está uma maneira educada de dizer "então e gajas??".
Tudo o que se segue é pura alarvidade.
"Gostaria de conhecer mulheres, com abertura para mais que amizade partilhada. O mesmo é dizer, receptivas para amar. Como poderei saber se existem mulheres disponíveis (...), e como contactá-las?"
"Estou solteiro e já tive algumas experiências de vida a dois, que fracassaram e gostaria de conhecer gente com mente aberta para partilhar a vida e o amor. (...) deixo-vos o meu contacto para darem a membros femininos interessados, ou como os conhecer."
E por fim... a pièce de résistance:
"Estive a ler a vosso site e ocorreu-me de súbito uma dúvida: e se quiser entrar em gangbangs com várias mulheres ao mesmo tempo? Isso é permitido nas relações poliamores ou é, pelo contrário, uma forma deturpada de exprimir o amor poli ?"
Meus amigos… se eu soubesse onde é que elas andam… aí sim, talvez tivesse conselhos para vos dar, baseados em experiência própria. Mas que eu saiba, gajas boas só em Ermesinde.
E mesmo aí… é preciso um(a) gajo(a) não se precipitar!
* Para quem não se lembra, o título do post é uma das frases constantemente repetidas por Herman José e pelo público, na primeira versão da Roda da Sorte.
10 comentários:
valeu a pena esperar pelo teu post hoje! está demais... mas diz lá... e gajas boas???
Nunca apareceu uma mulher a fazer o mesmo tipo de pergunta?
Pergunto eu: Onde estão as gajas boas?!
Cada assombração que aparece...
@Daniel: Geralmente as mulheres que gostam de mulheres, e que se movem em circulos de mulheres que gostam de mulheres, nao falam assim nem com uma pistola apontada ao peito.
@antidote: Por isso eu falei no mesmo tipo de pergunta, e não necessariamente em mulheres a perguntar por mulheres, era mais mulheres a perguntar por parceir@s, para ser mais abrangente, hehe. Pode ser uma simples questão de representação, mas se só fossem feitas perguntas por homens presumivelmente hetero, é interessante...
Sim, este tipo de abordagem é feita apenas por homens. Dei-me ao trabalho de fazer estatística, e dos contactos que tenho guardados, 65% são de homens, 16% de jornalistas ou investigadores, 14% de mulheres e 5% de casais. A maior parte das pessoas pede informações e algumas dão opinião, nem sempre concordando. As mulheres querem eventualmente saber se há algum grupo de discussão na cidade em que vivem.
@ antidote& daniel: há mulheres que sexam com mulheres que falam assim, mas são:
1) uma minoria;
2) discriminadas dentro desses círculos, graças a todos os pudores e mitos que existem à volta de sexo entre gajas;
Claro que falar de sexo no geral nesses círculos também costuma ser mal visto, ainda para mais se for "sexo mais seguro".
Quando é que importamos umas gajas sex-positive?
E sim, onde é que andam as gajas?!?!?
Isto vai em linha com o que tenho lido elsewhere: uma procura masculina muito grande, principalmente focada no sexo, que esbarra com uma filosofia essencialmente feminista cujo discurso é de difícil assimilação para quem vem em procura de mais uma prática sexual como tal.
esta gaja até escreve umas coisas com piada, apesar de tudo LOL
Moro perto de Ermesinde meus senhores, problemas de gajas não tenho, sou um sortudo! E gangbangs? Até travesseiras vão! Se vocês vivessem perto de Ermesinde todos os problemas se resolveriam, tantas gajas boas, mas tantas... Chego a alugar furgões para as ir buscar e depois vender na doca! E vou-me que se faz tarde para o gangbang com as travesseiras boas, mas bem boas, também de Ermesinde.
Abraços, cumprimentos e beijinhos.
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