Aqui há uns meses, largos meses já, uma das contribuidoras deste blog, a antidote, sugeriu que falássemos sobre os nossos amores-cunhados, ou, usando o termo que prefiro, punaluas. Não o fiz na altura, mas estou sempre a tempo, não é?
Eu vivo alegremente uma relação punalual, como costumo dizer, faz exactamente hoje 10 meses (e aproveito para dar os parabéns ao feliz casal!). E digo que vivo alegremente esta relação, porque é uma relação que me traz de facto muita alegria, compersion, e uma profunda sensação de cumplicidade. Tenho a indiscutível sorte de ser muito parecid@ com el@: partilhamos gostos, interesses e referências, identificamo-nos em tantos pontos que isso já se tornou piada entre nós os três. E isso ajuda, ajuda muito a lidar com uma situação em que podem sempre surgir inseguranças. Sim, porque isto não é perfeito, claro que não: qualquer um de nós pode ter, e já teve, momentos complicados. Como é que se lida com isso? Comunicação faz magia. E, no meu caso pessoal, lembrar-me do quanto gosto destas duas pessoas tão parecidas comigo. Lembrar-me que el@ é, de facto, a pessoa a quem escolhi chamar punalua.
Para mim, ser punalua não é um dado adquirido. Acredito que o facto de alguém estar com uma pessoa com quem eu também estou não @ transforma em punalua, tal como acredito que o facto de uma criança nascer de uma mulher não faz dela sua mãe. Eu acredito que é possível escolher a nossa família, acredito que família é quem amamos. E esta pessoa maravilhosa que surgiu na minha vida pela mão daquel@ que amo é isto mesmo. Alguém que também amo. Alguém que é família. Alguém com quem é bom estar, conversar, rir. Alguém com quem partilho uma intimidade incrível. Alguém com quem é bom sonhar. Sonhar com o futuro, um futuro a três, porque somos os três uma família. Pouco convencional? Talvez. Mas acreditem, não é só por sermos três que somos pouco convencionais... Pelo contrário, eu diria que é por sermos pouco convencionais, todos e cada um de nós, que somos três. Porque isso faz com que nos reconheçamos e identifiquemos uns nos outros.
Na verdade, este texto que escrevo parece uma declaração de amor. E eu estou consciente disso. E é-o. Porque na vida há muitos, tantos tipos de amor... E este amor punalual é uma coisa que invadiu a minha vida. A nossa relação é tão forte que se torna visível até a quem está de fora. As pessoas perguntam-me por el@, perguntam-me se namoramos, tal é a cumplicidade que de nós emana. E eu sorrio. Não, não namoramos. Para já não; o que vai acontecer hoje, amanhã ou depois não sei. Mas sei que sou feliz. Tenho na minha vida uma pessoa incrível, que por um passe de magia especial se apaixonou pela mesma pessoa que eu. Esse facto, que no mundo dito “normal” nos afastaria, aqui só nos aproximou ainda mais. E eu todos os dias me sinto feliz por lhe poder chamar punalua.
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