Cada qual terá a sua visão de poliamor e em última instância "poliamor" também significa livre e ilimitada diversidade de filosofias amorosas ou práticas amorosas, o que poderia (ironicamente) até incluir a tourada, já que quem a pratica jura a pés juntos que "ama" as criaturas aparentemente torturadas. Enfim, isto era só um aparte, que serve sobretudo para mostrar a potencial ambiguidade da coisa.
Para tentar contrariar esta ambiguidade e "objectivizar" o mais possível a minha ideia pessoal, gostaria de (re)afirmar o que me parece essencial: a intimidade. A intimidade deriva certamente da confiança, que está directamente ligada à honestidade ou transparência. No entanto, gostaria de lembrar que podemos facilmente passar a vida a magoar os outros com a nossa honestidade, o que à partida não garante nada.
Para mim é como se houvesse duas tendências primordiais e ao mesmo tempo contraditórias:
1) a conservadora: quando conquistamos a confiança de alguém (em termos amorosos, com tudo o que isso pode incluir) convém sermos capazes de a manter.
2) a expansiva: quando temos zero ou mais parceiros, convém não descansarmos eternamente à sombra da bananeira e tentar a "conquista" de outros.
Tenho a muito forte sensação de que quanto melhor formos capazes de eficácia integrada nestas duas tendências, (que como já disse são de certa forma contraditórias, o que não significa inconciliáveis - tratam-se apenas dos termos opostos de um processo dialéctico) mais nos tornamos atractivos (a Caren gosta da expressão "capazes de criar entusiasmo") para os nossos parceiros efectivos e potenciais.
Também considero que direccionar este processo integrado de forma a progressivamente diluir o dogmatismo, a hierarquia e a propriedade privada é condição necessária à edificação da intimidade; por outras palavras, diria que a intimidade é (também) a construção e o desenvolvimento progressivos duma comunidade tendo à vista um horizonte desprovido de dogmas oficiais, hierarquias institucionais e propriedade privada (o que não significa ausência de privacidade - bem pelo contrário).
Haveria muito mais para dizer, mas fico-me por aqui...
Para tentar contrariar esta ambiguidade e "objectivizar" o mais possível a minha ideia pessoal, gostaria de (re)afirmar o que me parece essencial: a intimidade. A intimidade deriva certamente da confiança, que está directamente ligada à honestidade ou transparência. No entanto, gostaria de lembrar que podemos facilmente passar a vida a magoar os outros com a nossa honestidade, o que à partida não garante nada.
Para mim é como se houvesse duas tendências primordiais e ao mesmo tempo contraditórias:
1) a conservadora: quando conquistamos a confiança de alguém (em termos amorosos, com tudo o que isso pode incluir) convém sermos capazes de a manter.
2) a expansiva: quando temos zero ou mais parceiros, convém não descansarmos eternamente à sombra da bananeira e tentar a "conquista" de outros.
Tenho a muito forte sensação de que quanto melhor formos capazes de eficácia integrada nestas duas tendências, (que como já disse são de certa forma contraditórias, o que não significa inconciliáveis - tratam-se apenas dos termos opostos de um processo dialéctico) mais nos tornamos atractivos (a Caren gosta da expressão "capazes de criar entusiasmo") para os nossos parceiros efectivos e potenciais.
Também considero que direccionar este processo integrado de forma a progressivamente diluir o dogmatismo, a hierarquia e a propriedade privada é condição necessária à edificação da intimidade; por outras palavras, diria que a intimidade é (também) a construção e o desenvolvimento progressivos duma comunidade tendo à vista um horizonte desprovido de dogmas oficiais, hierarquias institucionais e propriedade privada (o que não significa ausência de privacidade - bem pelo contrário).
Haveria muito mais para dizer, mas fico-me por aqui...
Álvaro Maia
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