Há uma dúvida recorrente nas cabeças poly: ao conhecer-se uma nova pessoa, qual é a altura certa para se anunciar que a monogamia não é para nós um dado adquirido? Deve-se dizer o mais rápido possível, quase a seguir ao “muito prazer”? Tipo “Olá, o meu nome é X e sou poly”? Ou na verdade não é da conta de ninguém a não ser que nos envolvamos com a pessoa? E se assim é, em que ponto do envolvimento se torna oportuno / aconselhável falar nisso?
Já tive várias opiniões e respostas a dar a estas perguntas. Ultimamente opto por dizer descontraidamente “o meu namorado” assim que surge a oportunidade. A reacção a isto normalmente determina se desenvolvo a explicação, e muitas vezes determina também o meu interesse na pessoa.
A frontalidade e a honestidade são para mim uma necessidade, ou um luxo a que me dou quando o interlocutor o permite. Mas o que é perturbador é pensar que essa postura, por se furtar à cumplicidade com outras menos abertas, pode convidar à falsidade alheia. Trocando por miúdos: a maior parte das pessoas percebe muito cedo que não me vai conseguir comer se houver outra que não possa saber da minha existência. Nem sequer se só houver dúvidas.
Ontem falei com uma pessoa com quem me envolvi há uns anos e a quem pareceu que a melhor altura para me dizer que tinha namorada seria precisamente meia hora depois me ter comido. Neste caso, teria a fraca desculpa de dizer que eu é que o comi, me abalancei sobre ele, sem lhe dar muito tempo para abrir a boca. Mas antes disso, horas de conversa sobre poliamor já lhe tinham dado essa oportunidade várias vezes.
A conversa de ontem era sobre uma experiência que tinham tido com outro casal. Encurtando o relato: eram grandes amigos e deixaram de o ser. O ciúme atacou forte e feio. Sério?? E isso era portanto uma surpresa para ele.
Se há coisa que aprendi logo nos primeiros namoros de adolescência é que não se mudam as pessoas. Ou se ama alguém por quem a pessoa é, ou mais vale procurar directamente o que nos faz mais felizes. A namorada deste rapaz é claramente monogâmica e até eu, que nunca tive a oportunidade de a conhecer, já o tinha percebido. O que não percebo é esta compulsão de enganar tudo e todos e persistir num auto-engano, insistindo em que se faz as coisas desta maneira por não haver outras opções.
Já tive várias opiniões e respostas a dar a estas perguntas. Ultimamente opto por dizer descontraidamente “o meu namorado” assim que surge a oportunidade. A reacção a isto normalmente determina se desenvolvo a explicação, e muitas vezes determina também o meu interesse na pessoa.
A frontalidade e a honestidade são para mim uma necessidade, ou um luxo a que me dou quando o interlocutor o permite. Mas o que é perturbador é pensar que essa postura, por se furtar à cumplicidade com outras menos abertas, pode convidar à falsidade alheia. Trocando por miúdos: a maior parte das pessoas percebe muito cedo que não me vai conseguir comer se houver outra que não possa saber da minha existência. Nem sequer se só houver dúvidas.
Ontem falei com uma pessoa com quem me envolvi há uns anos e a quem pareceu que a melhor altura para me dizer que tinha namorada seria precisamente meia hora depois me ter comido. Neste caso, teria a fraca desculpa de dizer que eu é que o comi, me abalancei sobre ele, sem lhe dar muito tempo para abrir a boca. Mas antes disso, horas de conversa sobre poliamor já lhe tinham dado essa oportunidade várias vezes.
A conversa de ontem era sobre uma experiência que tinham tido com outro casal. Encurtando o relato: eram grandes amigos e deixaram de o ser. O ciúme atacou forte e feio. Sério?? E isso era portanto uma surpresa para ele.
Se há coisa que aprendi logo nos primeiros namoros de adolescência é que não se mudam as pessoas. Ou se ama alguém por quem a pessoa é, ou mais vale procurar directamente o que nos faz mais felizes. A namorada deste rapaz é claramente monogâmica e até eu, que nunca tive a oportunidade de a conhecer, já o tinha percebido. O que não percebo é esta compulsão de enganar tudo e todos e persistir num auto-engano, insistindo em que se faz as coisas desta maneira por não haver outras opções.
4 comentários:
Difícil, não?
- Meu namorado...
- Temos um relacionamento aberto... (Isso não é necessariamente poli mas é mais fácil de entender.)
O melhor dos mundos é ficar com amigos ou conhecidos que já sabem da situação. No caso de recém-conhecidos, talvez a regra seja "depois do beijo, antes da trepada". Uma janela de oportunidade cuja extensão varia consideravelmente...
Pessoalmente, vejo as minhas outras relações e/ou o tema do poliamor a entrar muito organicamente em tantas conversas que nunca me questionei seriamente sobre isto. Mas entendo que noutras alturas possa ser necessário; creio que a regra de ouro será preocuparmo-nos com que toda a gente tenha uma certeza minimamente aceitável do que se está a passar por ali, nas suas várias vertentes.
Pessoalmente, nunca tive dúvidas, aviso (muito) antes do primeiro beijo. O que faz com que muitas vezes, nem haja o primeiro :-)
lovely... verdadeiramente "utilitário". Costumo dizer que a fidelidade é nos sentimentos, não no sexo. 8^) para além das caretas que me fazem, pouca gente compreende a complexidade desta frase. Tal como a complexidade do ponto em que "O Homem gosta de agarrar e a Mulher gosta de ser agarrada" Regra aparente, rígida mas que esconde tendências e define também a nossa maneira de Ser. O que me leva a discordar do teu ponto de "quem come quem"... mas isso seria um tópico de conversa deveras interessante e não um reply/coment.8^)
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