Nesta passada quarta-feira teve lugar o anunciado debate sobre poliamor, na Faculdade de Letras. Isto depois de algumas pessoas se terem azafamado a arrancar os ditos cujos cartazes do debate das paredes da faculdade - uma demonstração clara do espírito académico de progressão intelectual e inovaçã........ ah, pois, não... nem por isso, não é?
Foram duas horas de intensa conversa sobre esta coisa do poliamor, que foi discutido de um ponto de vista pessoal, académico, religioso, sexual, etc etc etc.
Creio ter conseguido fazer passar uma ideia minimamente esclarecedora de que o poliamor é, no fim de contas, uma perspectiva sobre que tipo de coisas podem ser desejáveis ou aceitáveis numa relação, uma postura face a que tipos de regras podem ou não podem considerar-se válidas. Por conseguinte, equações simplistas do género poliamor=relações abertas ou poliamor= promiscuidade podem capturar, em alguns casos, uma parte da questão, mas nunca a abordam na sua completude geral.
Para além de outras coisas, como a importância transversal da comunicação, um elemento que me tocou profundamente foi o surgimento na primeira pessoa de outras experiências, vindas de outros sectores, que permitiram o seu cruzamento com o poliamor - nomeadamente, uma das pessoas do debate afirmou-se como vindo da comunidade BDSM [Bondage, Disciplina, Sadismo e Masoquismo].
O importante não é fazer saltar para trás da linha tudo o que nos diga respeito. O importante é apagar a linha. E há uma série de gente que não entende uma coisa tão simples - ou o papel que tem a exposição pública dessas variadíssimas categorias para imprimir alguma urgência ao projecto de apagamento da linha.
Foram duas horas de intensa conversa sobre esta coisa do poliamor, que foi discutido de um ponto de vista pessoal, académico, religioso, sexual, etc etc etc.
Creio ter conseguido fazer passar uma ideia minimamente esclarecedora de que o poliamor é, no fim de contas, uma perspectiva sobre que tipo de coisas podem ser desejáveis ou aceitáveis numa relação, uma postura face a que tipos de regras podem ou não podem considerar-se válidas. Por conseguinte, equações simplistas do género poliamor=relações abertas ou poliamor= promiscuidade podem capturar, em alguns casos, uma parte da questão, mas nunca a abordam na sua completude geral.
Para além de outras coisas, como a importância transversal da comunicação, um elemento que me tocou profundamente foi o surgimento na primeira pessoa de outras experiências, vindas de outros sectores, que permitiram o seu cruzamento com o poliamor - nomeadamente, uma das pessoas do debate afirmou-se como vindo da comunidade BDSM [Bondage, Disciplina, Sadismo e Masoquismo].
O importante não é fazer saltar para trás da linha tudo o que nos diga respeito. O importante é apagar a linha. E há uma série de gente que não entende uma coisa tão simples - ou o papel que tem a exposição pública dessas variadíssimas categorias para imprimir alguma urgência ao projecto de apagamento da linha.
2 comentários:
Pois foi interesante, foi, parabéns para o vosso desempenho. Havia um pouco de tudo, muita boa vontade, e felizmente poucos só destes que gostam mais do que nada de ouvir a sua propria voz. Referi a minha participação no evento na minha página facebook, e a reação foi bastante positiva. Fazer um tal 'auto-outing' digamos, e talvez mais fácil para quem trabalha como freelance, sem medo de colegas verem etc., mas mesmo assim foi um passo deliberado que gostei fazer. Kathleen (woman in the loud green T-shirt who came up to you after the debate).
Kathleen,
Qualquer outing, seja em que circunstância for, é sempre positivo, porque opera um pouco mais para quebrar a transparência do poliamor. Parabéns pela coragem, e que ela possa trazer consigo muitas mais circunstâncias de felicidade. :)
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