Esta semana peguei num livro que aqui andava por mesas alheias. Comecei a ler o artigo sobre poliamor que abre logo desta maneira brilhante (sempre tive um fascínio por inícios que agarram o leitor):
«Tinha dezassete anos quando a minha educação sexual começou. “És responsável pelo teu próprio orgasmo”, disse-me o meu namorado. Ele foi o tipo com quem perdi a virgindade, com quem tive o meu primeiro orgasmo, e cujas palavras viriam um dia a ser o meu mantra: Sou responsável pelo meu próprio orgasmo. Acredito nisso literal e figurativamente. Na cama, assumo um papel activo em obter o que quero. Mas também me encarrego de conseguir o que quero ao longo da minha vida sexual. É por isso que, para além de um marido que amo, tenho outros amantes.»
Estas palavras remeteram-me imediatamente para uma cena do filme Shortbus (das coisas mais bonitas e envolventes a que alguma vez assisti). Sofia, uma terapeuta sexual que nunca teve um orgasmo, fala sobre a sua própria situação ao marido, usando uma história sobre um suposto casal da clínica. E quando o marido lhe diz qualquer coisa sobre o outro não conseguir dar um orgasmo à mulher, Sofia corrige-o dizendo que não é ele que não dá, é ela que não o consegue ter. Que é ela que o tem de reclamar para si própria. Encontrar uma maneira de ter o seu próprio orgasmo, e não esperar que alguém lho dê, facilite ou arranje.
«Tinha dezassete anos quando a minha educação sexual começou. “És responsável pelo teu próprio orgasmo”, disse-me o meu namorado. Ele foi o tipo com quem perdi a virgindade, com quem tive o meu primeiro orgasmo, e cujas palavras viriam um dia a ser o meu mantra: Sou responsável pelo meu próprio orgasmo. Acredito nisso literal e figurativamente. Na cama, assumo um papel activo em obter o que quero. Mas também me encarrego de conseguir o que quero ao longo da minha vida sexual. É por isso que, para além de um marido que amo, tenho outros amantes.»
Texto 1. “And Then We Were Poly” – Jenny Block
Estas palavras remeteram-me imediatamente para uma cena do filme Shortbus (das coisas mais bonitas e envolventes a que alguma vez assisti). Sofia, uma terapeuta sexual que nunca teve um orgasmo, fala sobre a sua própria situação ao marido, usando uma história sobre um suposto casal da clínica. E quando o marido lhe diz qualquer coisa sobre o outro não conseguir dar um orgasmo à mulher, Sofia corrige-o dizendo que não é ele que não dá, é ela que não o consegue ter. Que é ela que o tem de reclamar para si própria. Encontrar uma maneira de ter o seu próprio orgasmo, e não esperar que alguém lho dê, facilite ou arranje.
Tal como Jenny Block, considero que estas palavras têm um grande poder, literal e simbólico. Ser poly também passa por ouvir os outros dizer “Mas essa tua postura não é nada comum, blá, e a sociedade blá blá blá” e responder “E então?” O que tem a sociedade a ver com aquilo que quero para mim própria, e ao qual tenho direito, desde que não prejudique ninguém pelo caminho? Porquê esperar sentada e a queixar-me em vez de procurar activamente aquilo que me faz feliz?
Tudo isto vem também a propósito de esta semana ter resolvido deixar-me de merdas e ter ido, forte e feio, atrás de algo que desejava há muito.
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