Esta semana muito se falou de família, pelo que achei por bem terminar da mesma forma.
É frequente ouvir as alminhas mais conservadoras afirmar que a família é a base da sociedade, de qualquer sociedade até. Que representa a unidade mínima, que é uma estrutura em miniatura que plasma depois a ideia de Estado, de Nação. Note-se que, aqui, esta família é uma família nuclear, heterossexual e reprodutiva.
Mas quais são as bases para tal afirmação? E o que dizer das sociedades baseadas em clãs? Porque, na verdade, o que é uma família grande senão um clã? E o que é um clã senão uma possibilidade de configuração cuja complexidade faz lembrar as descrições do ShortOkapi?
Portanto, as famílias complexas, quasi-constelações, são apenas uma expressão precisamente desta mentalidade de clã, destes grupos de pessoas que se juntam por bens e interesses comuns. Falar da família nuclear como base da sociedade é transformar uma unidade social relativamente simplista (a família nuclear) em algo muito mais complexo (base da sociedade), quando existem modelos que muito mais claramente se apontam a si mesmos como bem mais próximos, historicamente, daquilo que são as organizações políticas actuais.
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