terça-feira, 25 de agosto de 2009

Ainda bem que há ciúme!

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Se o ciúme não existisse, as pessoas amar-se-iam menos? Claro que não!

Mas a verdade é que sem ciúme nunca teriam sido escritas algumas das mais belas canções que conheço.

O filme brasileiro Perdoa-me por me traíres estreou-se há 25 anos. Chico Buarque, quanto a mim o melhor letrista de língua portuguesa de todos os tempos, escreveu para a banda sonora deste filme a música e letra da extraordinária canção "Mil perdões", que termina com os inesquecíveis versos
Te perdoo
Por te trair
Na voz de Gal Costa (a voz do filme):


Sentimentos tão negativos e improdutivos como o ciúme ou o desejo de vingança têm dado, de facto, canções poderosamente bonitas. Só para continuar com o Chico, vale a pena (re)ouvir / (re)ler as impressionantes canções "Atrás da porta" (Dei pra maldizer o nosso lar | Pra sujar teu nome, te humilhar | E me vingar a qualquer preço | Te adorando pelo avesso | Pra mostrar que inda sou tua | Só pra provar que inda sou tua…) ou "Olhos nos olhos" (Quando você me deixou, meu bem | Me disse pra ser feliz e passar bem | Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci | Mas depois, como era de costume, obedeci | […] | Quando talvez precisar de mim | 'Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim | Olhos nos olhos, quero ver o que você diz | Quero ver como suporta me ver tão feliz).

Com músicas assim, o que é que querem que eu diga? Ainda bem que o ciúme existe. Perdoem-me por me trair.

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