quinta-feira, 16 de julho de 2009

Autênticos

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"Uma pessoa é tanto mais autêntica quanto mais se parece com o que sonhou para si própria" - Agrado, em Todo Sobre Mi Madre*

Alguém dizia uma vez, acerca da semana Pride de Madrid: "Nem me vais reconhecer. Nessa semana saem-me as plumas completamente." Depois constatei que é uma altura em que sai tudo a toda a gente, incluindo supostos hetero. Uma espécie de festa do Avante onde se vê gente de todas as cores políticas e são todos camaradas.
Por cá a escala é em tudo mais pequena, mas também se consegue sentir este ambiente de festa, de abertura e de empowerment. O fim-de-semana passado estive na Marcha do Orgulho do Porto e vim de lá com a alma revigorada.
É como fazer uma viagem no espaço e no tempo, do Portugal salazarento para o Woodstock da paz e amor. Há um clima de entreajuda, de solidariedade espontânea, e de grande abertura de espírito. Onde quer que nos sentemos ouvem-se debates sobre os mais variados assuntos, desde o autofellatio à aprovação da lei do casamento.
O regresso a casa fez-se num carro com todo o espectro de escolhas representado: um completamente homossexual, uma mais virada para homens que para mulheres, outro mais para mulheres que para homens, e outra com os pés bem assentes no limbo. Uns poli, outros não. Tudo isto "até ver", porque, já se sabe, uma pessoa um dia gosta de sorvete de limão e no outro de brownie de chocolate.
As horas passaram a voar, por entre descrições graficamente explícitas, histórias de infância e da noite anterior, música, literatura, bdsm e baunilha. Histórias verdadeiras de gente autêntica.

*Nota: O texto integral deste monólogo encontra-se transcrito aqui

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