sábado, 18 de junho de 2011

PolyPortugal na Marcha do Orgulho LGBT Lisboa 2011

Publicado por 
O PolyPortugal fez parte da Marcha do Orgulho LGBT Lisboa em 2011, e por isso mesmo o Daniel Cardoso falou em representação do grupo. Fica aqui, para memória futura, e para quem não pôde ir por alguma razão.







E, já agora, aqui fica a transcrição do manifesto:


Pela 12ª vez estamos aqui, a marchar. Pela 12ª vez procuramos uma coisa tanta vez negada: uma voz, uma imensidão de vozes. Pela 12ª vez estamos aqui, não para sermos toleradas, mas para sermos reconhecidas.

Os últimos tempos têm visto conquistas importantes para a quebra das normalidades. Mas ainda as relações são policiadas, ainda os amores e os desejos são mantidos sob a alçada do Estado, e ainda o Estado adjudica privilégios à heterossexualidade e, ainda mais explicitamente, à monogamia.

O PolyPortugal está aqui não só pela liberdade sexual mas pela liberdade de viver como desejamos sem sofrer com isso. Pela liberdade de amar mais do que uma pessoa. Pelo poliamor.

O PolyPortugal marcha pelo reconhecimento da legitimidade de todos os actos consensuais, de todas as vidas consensuais, de todas as intimidades voluntárias — enfim, de todas as possibilidades. Reclamamos o reconhecimento de que o Amor e o Desejo não têm um padrão-ouro, heterossexual, monogâmico, desigual e patriarcal. De que a normalidade é uma ferramenta de repressão e violência, que seca as diferentes opções e estilos de vida. Reclamamos o direito de multiplicar os nossos afectos sem que isso faça de nós vítimas, sem nos escondermos ou termos medo.

O poliamor é mais uma ponte que nos une — uma reivindicação de possibilidades que atravessam todas as orientações (e todas as desorientações também!), todas as preferências (incluindo a monogamia), todas as configurações corporais, de identidade, ou de desejo (e de ausência de desejo, também!).

O amor não se divide, multiplica-se. O amor não se gasta, refina-se.

Vamos amar, amar para lá das normalidades, e deixar amar com pluralidade! Deixar viver com pluralidade!

Sem comentários: