quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Poliamor espiritual *

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Lembrei-me deste filme há uns dias, quando andava a tentar decidir se ia a um evento poly em Inglaterra. Decidi que não. A principal razão foi económica, mas houve outras condicionantes. Para além de actividades auto-organizadas, o evento contará com a intervenção de duas personalidades: Deborah Anapol, autora de um dos mais famosos livros sobre poliamor, e um senhor que não conheço, mas cujo currículo repete as palavras sagrado, magia e tantra. Temas sobre os quais a primeira convidada também já escreveu e falou bastante.
Ora eu e a espiritualidade nunca nos demos muito bem. Não sou baptizada nem adepta de nenhuma religião, e parece-me mais certo que não haja nada para além da morte. No tal filme (que em Portugal foi directo para dvd), competem duas correntes de pensamento opostas. Uma diz que está tudo ligado, tudo tem um significado e tudo faz sentido. A outra garante que as coisas acontecem por acaso, arbitrária e caoticamente. Se tivesse que me situar de um dos lados, seria deste.
Por nunca ter tido grande contacto com a espiritualidade, sempre me interessou o fenómeno, e quis participar nos rituais. Sou aquela pessoa que está lá atrás nos casamentos a ouvir com muita atenção tudo o que o padre diz (e a achar quase tudo ultrajante). Já tive contacto com algumas coisas “esquisitas” e tentei sempre manter a mente aberta. A maior parte dessas coisas parecem-me válidas e muitas parecem-me mesmo bastante positivas, na medida em que ajudam muita gente. Pena que não funcionem comigo.
Não posso deixar de me identificar com o que se diz neste post do PolyInTheNews, sobre outros gurus do poly, Oberon Zell e Morning Glory:
A actividade principal de Oberon, desde há bastante tempo, tem sido o ensino da magia – algo que considero um beco sem saída, uma ilusão clássica decorrente da tendência do cérebro humano para sobreinterpretar e ver ligações que, na prática, não existem.”
Acho uma certa piada à ideia do sexo ser algo sagrado, em oposição a ser algo sujo e condenável. E por arrasto, agrada-me a ideia de as mulheres terem mais de divindade criadora do que de cobras (ou cabras?) que concentram todos os males do mundo. Mas às vezes acho que se inventam demasiadas histórias para justificar coisas que são bastante mais simples.

* É como o bacalhau espiritual. Vai-se a ver e é o mesmo que bacalhau com natas, só que leva cenoura.

3 comentários:

Anónimo disse...

Acho interessante este teu "Post".Porque aborda um assunto que eu acho (anti movimento) Seminários e encontros,quando refere factos políticos como liberdade de escolhas sexuais e partilha de sentimentos íntimos e pessoais.
Acabam por fazer comercio como uma economia turísticas.É bom contacto para alem fronteiras.
Mas a cima de tudo temos de reivindicar a liberdade dentro de nossa,casa.(Portugal)
O facto de não haver uma viagem,vai fazer com libertes entre o teu meio(visinho,portugeueses) um estilo de vida,que a sociedade faz estigmas e taboos.

E não é discordar com que referes como "engraçado o sexo ser sagrado" ou concordar.
Mas no meu parecer o comer é sagrado como o comer e até podemos brincar com ele desde que respeite mos as comidas ou sexo e não um terceiro argumentar algo.(voyer a dizer se fizermos desenhos com o pão é uma ofensa, ou que deitar comida "fora" é um pecado) isso algo não incorrecto é o ego Homem, não se está faltar ao respeito com factores alimentação e reprodução.Agora ,que é sagrado o ser reproduzir para salvar guardar a sua espécie é como a sua pro-pia alimentação e reprodução é!

Nesse contexto to completamente de acordo,com os principio "Igreja".
No entanto nunca tinha ouvido de falar de polyamoria até minha mulher me dizer,de um documentário que passara na tv.
Não podia concordar que seria um das melhores soluções para a saúde mental do homem.
Evitando caseis monogâmicos,terem relações extras conjugais e chegarem a casa deitarem se com a mulher sem serem puros e fracos.
Isso cria uma Psico-patologia nada saudável para o casal.
Apesar de actualmente estar numa relação monogâmico com a minha companheira,ambos respeitamos a liberdade afectuosa com respeito nossa amizade e companheirismo.
Não excluindo hipóteses futuros diferentes pois a vida não são dois dias,
e quando se é alérgico a cenouras vai se ver o bacalhau não é o mesmo,assim mais vale viver os dois a desfrutar bacalhau sem cenouras que cochar borbulhas de alergia.

"be happy"

António Lopes disse...

Olá,

Eu também acho que se complica e inventa demais no que diz respeito ao sexo e santificar ou demonizar o sexo é mesmo isso, complicar uma coisa que é natural e, portanto, amoral.

Quanto a ter graça, só se for humor negro, ahahahahahahahah!

Tchau

Fryne disse...

Curiosamente para mim a primeira empatia com o poliamor foi ter identificado nele tanto do paganismo da minha fé... não foi tudo, mas foram as primeiras ideias a chegarem a mim...