quinta-feira, 8 de julho de 2010

"Mas para quê?!?"

Publicado por Lara Poly
Ontem tive um reencontro com uma colega de faculdade que não via há quase dez anos. Uma pessoa de quem cheguei a ser bastante próxima, e que acompanhou o início de uma das relações que ainda mantenho. Enquanto falávamos dos pormenores do encontro e de quem iria, notei uma certa exclamação pelo facto daquela relação ainda fazer parte da minha vida. O que me levou a um daqueles flashbacks à filme, e a pensar na minha evolução na última década.
Lembro-me de uma vez lhe contar que me tinha cruzado com uma pessoa na rua (um daqueles encontros fortuitos que sempre me fascinaram) e que, depois de uma conversa espontânea, tínhamos acabado por trocar contactos e nos íamos encontrar em breve.
Ela ouviu todo o relato com alguma estranheza, sem perceber o meu entusiasmo, e no final sacou daquela pergunta desarmante “Mas para quê?”. Eu percebi essas três palavras como o resumo de “Para que é que vais perder tempo a conhecer uma pessoa nova, quando já tens um namorado e as coisas estão a correr bem, para quê arriscar tudo por algo desconhecido, e se depois ainda vens a gostar dele, ou se o teu namorado sabe, e como é que vais explicar a este que já tens alguém e andas a aceitar convites no meio da rua, e no final de contas vamos a lá a saber porque é que andas a dar bola a desconhecidos?
Diria que lhe respondi qualquer coisa como “Porque gosto de conhecer pessoas novas”. E isso terá sido também um resumo para tudo que me ia na cabeça na altura. Estava de facto muito bem com a minha relação mas, estranhamente, o meu interesse por outras pessoas não tinha desaparecido. Não via razões para o suprimir, nem me parecia louvável que alguém o fizesse por mim.
Esta ideia de que quando se encontra uma pessoa há que esperar que seja “the one and only” e fazer tudo para que assim aconteça, já na altura não me fazia muito sentido. Só faltou cruzar-me na rua com alguém que me falasse de poliamor. Teria sido tudo um bocado mais simples.

Sem comentários: