Ontem tive um reencontro com uma colega de faculdade que não via há quase dez anos. Uma pessoa de quem cheguei a ser bastante próxima, e que acompanhou o início de uma das relações que ainda mantenho. Enquanto falávamos dos pormenores do encontro e de quem iria, notei uma certa exclamação pelo facto daquela relação ainda fazer parte da minha vida. O que me levou a um daqueles flashbacks à filme, e a pensar na minha evolução na última década.
Lembro-me de uma vez lhe contar que me tinha cruzado com uma pessoa na rua (um daqueles encontros fortuitos que sempre me fascinaram) e que, depois de uma conversa espontânea, tínhamos acabado por trocar contactos e nos íamos encontrar em breve.
Ela ouviu todo o relato com alguma estranheza, sem perceber o meu entusiasmo, e no final sacou daquela pergunta desarmante “Mas para quê?”. Eu percebi essas três palavras como o resumo de “Para que é que vais perder tempo a conhecer uma pessoa nova, quando já tens um namorado e as coisas estão a correr bem, para quê arriscar tudo por algo desconhecido, e se depois ainda vens a gostar dele, ou se o teu namorado sabe, e como é que vais explicar a este que já tens alguém e andas a aceitar convites no meio da rua, e no final de contas vamos a lá a saber porque é que andas a dar bola a desconhecidos?”
Diria que lhe respondi qualquer coisa como “Porque gosto de conhecer pessoas novas”. E isso terá sido também um resumo para tudo que me ia na cabeça na altura. Estava de facto muito bem com a minha relação mas, estranhamente, o meu interesse por outras pessoas não tinha desaparecido. Não via razões para o suprimir, nem me parecia louvável que alguém o fizesse por mim.
Esta ideia de que quando se encontra uma pessoa há que esperar que seja “the one and only” e fazer tudo para que assim aconteça, já na altura não me fazia muito sentido. Só faltou cruzar-me na rua com alguém que me falasse de poliamor. Teria sido tudo um bocado mais simples.
Ela ouviu todo o relato com alguma estranheza, sem perceber o meu entusiasmo, e no final sacou daquela pergunta desarmante “Mas para quê?”. Eu percebi essas três palavras como o resumo de “Para que é que vais perder tempo a conhecer uma pessoa nova, quando já tens um namorado e as coisas estão a correr bem, para quê arriscar tudo por algo desconhecido, e se depois ainda vens a gostar dele, ou se o teu namorado sabe, e como é que vais explicar a este que já tens alguém e andas a aceitar convites no meio da rua, e no final de contas vamos a lá a saber porque é que andas a dar bola a desconhecidos?”
Diria que lhe respondi qualquer coisa como “Porque gosto de conhecer pessoas novas”. E isso terá sido também um resumo para tudo que me ia na cabeça na altura. Estava de facto muito bem com a minha relação mas, estranhamente, o meu interesse por outras pessoas não tinha desaparecido. Não via razões para o suprimir, nem me parecia louvável que alguém o fizesse por mim.
Esta ideia de que quando se encontra uma pessoa há que esperar que seja “the one and only” e fazer tudo para que assim aconteça, já na altura não me fazia muito sentido. Só faltou cruzar-me na rua com alguém que me falasse de poliamor. Teria sido tudo um bocado mais simples.
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