Se fosse aprovada uma lei segundo a qual ninguém pudesse ser monógamo durante mais do que três semanas, as pessoas sofreriam uma imensa pressão. Mas pressão para fazer o quê, exactamente? [...] O que diriam as suas pancartas, quando saíssem para a rua em protesto? - Adam Phillips, 1996
É uma excelente pergunta. Mas, e olhando para o estado actual das coisas, pelo menos uma coisa constaria dessas pancartas - um apelo à necessidade intrinsecamente humana (?) de haver pureza e compromisso. Porque, espante-se, cada vez se ouve como mais óbvio que uma relação aberta é aquela em que o compromisso não existe. Ou, ao invés disso, que uma relação aberta não é uma relação.
Parece-me a mim que isto germina de um profundo desconhecimento do que é a Língua Portuguesa. Ligação afectiva ou sexual. É isso que é uma relação. Portanto... é praticamente impossível escapar-lhe. Que seja claro: a normativização de um determinado conceito não esgota, nem constitui, a definição desse mesmo conceito.
Não roubem palavras.
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