Esta semana andei a vasculhar no meu arquivo de notícias sobre poliamor. E cheguei à conclusão de que, de todos os artigos que já se publicaram, se tivesse que eleger o mais imparcial, objectivo e esclarecedor, teria que optar pela revista Maria. Mónica Nascimento, responsável por este artigo, terá sido talvez a jornalista que menos trabalho deu para acompanhar e esclarecer.
De muitos outros não se pode dizer o mesmo. Depois de horas de entrevistas, envios de documentação, dúzias de e-mails para trás e para a frente, os artigos saem com incorrecções grosseiras e linguagem mononormativa, insistindo que o poliamor está centrado na figura do casal (hetero, por supuesto). Ou com pérolas como "poliamor é uma relação entre três ou quatro pessoas que vivem juntas". É o que dá ir perguntar coisas aos psicólogos em vez de as perguntar a quem as vive há anos e está à distância de um click.
Bem sei que as pessoas não são perfeitas e todos estamos condicionados pela própria experiência. Mas sempre me habituei a pensar em psicólogos e jornalistas como pessoas que se desviam do seu caminho para, pelo menos em relação ao seu trabalho, serem imparciais e abertas a novas ideias.
Mas o que constato é que tentar explicar a um jornalista o que é o poliamor é o mesmo que dizer à minha mãe (ou sogra) "Quando o Jorge estava a estender a roupa...", e elas a replicarem "Ai tu estendes a roupa cá dentro?". Ou seja, eu a dizer uma coisa e a outra pessoa a ignorá-la e a encaixá-la imediatamente na sua realidade.
Diz-se a um jornalista "é tudo às claras, todos sabem de todos e estão confortáveis com isso", e eles vá de meter fotos com amantes debaixo da cama. Diz-se "é transversal a todas as orientações sexuais, não há geometrias fixas e as relações são igualitárias". E eles vá de embarcar na imagética típica de um homem com o seu harém.
Justiça seja feita à Máxima e à já referida Maria, que puseram nos seus artigos fotos de uma mulher com dois homens (as malucas!!). Mas um de cada lado e sem se tocarem... Que isto do poliamor, será rebaldaria, mas não há cá porcarias!
a a a
Bem sei que as pessoas não são perfeitas e todos estamos condicionados pela própria experiência. Mas sempre me habituei a pensar em psicólogos e jornalistas como pessoas que se desviam do seu caminho para, pelo menos em relação ao seu trabalho, serem imparciais e abertas a novas ideias.
Mas o que constato é que tentar explicar a um jornalista o que é o poliamor é o mesmo que dizer à minha mãe (ou sogra) "Quando o Jorge estava a estender a roupa...", e elas a replicarem "Ai tu estendes a roupa cá dentro?". Ou seja, eu a dizer uma coisa e a outra pessoa a ignorá-la e a encaixá-la imediatamente na sua realidade.
Diz-se a um jornalista "é tudo às claras, todos sabem de todos e estão confortáveis com isso", e eles vá de meter fotos com amantes debaixo da cama. Diz-se "é transversal a todas as orientações sexuais, não há geometrias fixas e as relações são igualitárias". E eles vá de embarcar na imagética típica de um homem com o seu harém.
Justiça seja feita à Máxima e à já referida Maria, que puseram nos seus artigos fotos de uma mulher com dois homens (as malucas!!). Mas um de cada lado e sem se tocarem... Que isto do poliamor, será rebaldaria, mas não há cá porcarias!
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