"But to declare "I am that name": woman, homosexual, proletarian, African American - or even man, white, civilized, responsible, masculine - is no outward representation of an inward and spiritual state but a response to that history of identification and its ambiguous gifts and legacies. - Nikolas Rose, 1998.
Na continuação do post da semana passada, eis-nos perante uma ideia aparentemente controversa. Que quando dizemos "Eu sou x", não estamos de facto a publicitar um estado de ser, mas a responder às invectivas dos mecanismos de produção de subjectividade(s), às tecnologias do self.
Quer isto dizer, portanto, que a noção de uma identidade precisa de ser repensada, repensada segundo um ponto de vista que coloque a pergunta não nos termos "O que sou eu?", mas sim "O que me levou a dizer que eu sou?"
Através deste movimento, poderemos então perceber que dizer "eu sou poliamoroso" é embarcar num jogo dialético de valores, posicionamento sociais, posturas face a elementos considerados fundamentais (sexo, amor, família) e, fundamentalmente, num jogo de reconhecimentos e possíveis exclusões, e não um arremesso ontológico do sujeito.
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