segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Quintino Aires e a má imprensa portuguesa

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A má imprensa volta a atacar em Portugal, e novamente com o Quintino Aires a reboque (está a tornar-se tradição!).

Desta feita, foi um artigo na Saber Viver assinado por Sofia Cardoso, disponível aqui. Lá também se fala de poliamor, mas dá-se a questão a comentar ao já conhecido polifóbico, não-especialista (e agora em sarilhos com a Ordem dos Psicólogos), Quintino Aires.

Tenham cuidado quando abrirem o artigo, porque a presença de lugares comuns sobre falta de capacidade de compromisso, imaturidade psicológica e emocional e outros disparates afins poderão causar dores de cabeça, especialmente quando comparados com a investigação que existe e que deita por terra todas essas supostas asserções.

Lamentamos também que a imprensa nacional (não interessa se “light” ou não, “cor-de-rosa” ou não) tenha perdido em grande medida o amor à existência do contraditório e da pluralidade de visões, preferindo recorrer ao discurso do “especialista” (seja ele qual for) sem se questionar sobre as habilitações do mesmo, a sua credibilidade, formação específica ou mesmo sem fazer notar que nem todos os especialistas (mesmo quando o são) concordarão inevitavelmente em tudo o que dizem.

Lamentamos também que a jornalista Sofia Cardoso, apesar de ter sido contactada por várias pessoas do PolyPortugal dispostas a falar sobre poliamor (e algumas até com investigação sobre o assunto), tenha entrado num processo de aparente autismo e nem sequer se tenha dignado a responder às ditas potenciais fontes.

Parece ser já hábito fazer acompanhar o surgimento de novas ou diferentes identidades sexuais, relacionais ou íntimas, de um discurso “especialista” que as desqualifica de forma aparentemente auto-evidente, em artigos onde se conclui aquilo que já se sabia à partida – e portanto onde nada se aprende, nada se debate; onde a função jornalística está totalmente ausente.



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